Letícia Barros na Crusoé: Corina, a melhor representação da luta pela liberdade
Como uma mulher liberal passou a liderar a oposição e se tornou símbolo da resistência à ditadura do venezuelano Nicolás Maduro
“Ao invés de ficar chorando, eu indiquei outro candidato”. Esse foi o recado dado por Lula a María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, após ter a sua candidatura à Presidência da República barrada pelo Supremo Tribunal de Justiça do país. O presidente fez um paralelo infeliz, comparando a decisão do Supremo Tribunal venezuelano com a decisão do TSE, em 2018, pela impossibilidade de sua candidatura – condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.
María Corina não deixou barato e respondeu Lula à altura: “Estou lutando para fazer valer o direito de milhões de venezuelanos que votaram por mim nas primárias e os milhões que têm direito de votar em eleições presidenciais livres nas quais derrotarei o Maduro”. É claro que cabe uma reflexão não só sobre o contexto dessa troca de farpas e o histórico da Venezuela, mas também sobre quem é a mulher que, atualmente, se consolida como a mais importante representação da luta pela liberdade na ditadura venezuelana.
Historicamente, países marcados por incontáveis ditaduras e golpes de Estado tendem a ter dificuldades de se libertar de fracassos econômicos e políticos, especialmente quando há poder, populismo e fraudes eleitorais envolvidos. O caso da Venezuela não foge disso. A história do país é marcada por ditaduras e golpes desde o século XIX e ao longo do século XX, no qual surgiu a figura de Hugo Chávez, em uma tentativa fracassada de golpe militar no governo do então presidente Carlos Andrés Perez, em 1992.
Apesar de fracassada, essa tentativa foi a responsável por consolidar Chávez como um líder popular e carismático que prometia combater a corrupção, reduzir a desigualdade social e a pobreza e enfrentar o domínio político das elites tradicionais na Venezuela – clássica estratégia retórica que leva à ascensão de um líder popular e sua consequente vitória nas urnas. O contexto era favorável, já que Perez havia sofrido impeachment por corrupção alguns anos antes da primeira vitória eleitoral de Chávez, eleito presidente em 1998.
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