Tolerância à maconha não reduz criminalidade, diz líder do Republicanos
A expectativa é que o Senado vote uma PEC que criminaliza o porte de maconha após a Páscoa
O líder do Republicanos no Senado Federal, Mecias de Jesus (RR), afirmou em discurso no plenário do Senado que o aumento da tolerância à criminalização da maconha tende a elevar o seu uso, sem reduzir a criminalidade.
Segundo o Conselho Internacional para o Controle de Narcóticos, a legalização da posse de drogas cria problemas como aumento dos transtornos psicóticos e o crescimento dos riscos nos ambientes de trânsito e trabalho, impactando os custos para a saúde pública.
A expectativa é que o Senado vote uma PEC que criminaliza o porte de maconha após a Páscoa.
“Para se ter uma ideia, senhores, estima-se que o tráfico de drogas movimenta cerca de 19 bilhões de reais por ano no país. A maconha é o produto de entrada desse mercado. Não cabe mais uma visão romântica, como nos anos 60, a respeito do uso das drogas como ferramenta de autoconhecimento”, afirmou o líder.
Hoje, o mercado é dominado por multinacionais do crime, na avaliação do senador. Ele acrescentou que o pacote completo do consumo da cannabis oculta a lavagem de dinheiro, o homicídio, o financiamento ao terrorismo, o tráfico humano, a prostituição e tudo mais que o crime organizado puder gerir.
“Fingir que esse debate se resume a decisões individuais é fechar os olhos para o domínio do crime internacional. Mas ainda que, por ignorância ou conivência, tratemos desse assunto sob foco isolado, é preciso dizer que a droga que é oferecida hoje aos nossos adultos, jovens e adolescentes nem de longe é inofensiva como se quer acreditar. Primeiro que de acordo com informação citada na revista Veja, 5% dos adolescentes entre 13 a 17 anos relataram ter consumido maconha no último mês”, explicou Mecias.
O líder falou também sobre os dados da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. A instituição científica aponta que 62% dos brasileiros que fizeram uso de drogas no último ano, realizaram o seu primeiro contato antes dos 18 anos.
“A maconha não é uma droga inocente. Hoje, o que as multinacionais do tráfico oferecem é a Skunk, uma supermaconha modificada geneticamente capaz de amplificar os efeitos nocivos e aumentar a dependência. Outras variações como a K9, já conhecidas lá fora como a droga zumbi, já estão sendo distribuídas no Brasil e transformaram-se em verdadeiras epidemias por onde já chegaram. É preciso ter a exata dimensão do mal que uma flexibilização na criminalização das drogas pode provocar”, concluiu o senador.
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