Caso Pastor Davi Passamani: desembargadores chamam vítima de "sonsa" Caso Pastor Davi Passamani: desembargadores chamam vítima de "sonsa"
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Caso Pastor Davi Passamani: desembargadores chamam vítima de “sonsa”

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 26.03.2024 20:29 comentários
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Caso Pastor Davi Passamani: desembargadores chamam vítima de “sonsa”

A polêmica dos desembargadores sobre assédio gera debate. Entenda a repercussão e a mudança na percepção judicial deste sério tema.

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Caso Pastor Davi Passamani: desembargadores chamam vítima de “sonsa”
Fonte: reprodução / redes sociais

Durante uma sessão da 6ª Câmara Cível na última terça-feira (19), os desembargadores Silvânio Alvarenga e Jeová Sardinha emitiram comentários que rapidamente se tornaram o centro das atenções e do debate público acerca do tratamento de casos de assédio sexual no judiciário. As falas, que versavam sobre a suposta banalização do assédio e racismo, assim como a postura da vítima, provocaram críticas significativas por parte de entidades de defesa dos direitos das mulheres.

No decorrer da sessão, Alvarenga questionou a postura da vítima, sugerindo que seu comportamento poderia ser interpretado como “sonso”, levantando dúvidas sobre as interações entre homens e mulheres no que tange a acusações de assédio. Por outro lado, Sardinha externou preocupação com o que considerou um “modismo” de temas como assédio moral e sexual, além de racismo. As manifestações dos magistrados destacaram uma visão que, segundo críticos, parece minimizar a gravidade e a prevalência dessas questões na sociedade.

Quais as Implições das Declarações dos Desembargadores?

As declarações feitas pelos desembargadores não só lançam luz sobre suas percepções pessoais mas também levantam questões sobre os desafios enfrentados por vítimas de assédio sexual que buscam justiça. A maneira como esses casos são julgados, e os comentários feitos durante tais julgamentos, podem ter implicações profundas não apenas para as partes envolvidas mas também na percepção pública sobre a seriedade desses crimes.

A reação a essas falas não tardou. Diversos órgãos e entidades expressaram repúdio, ressaltando a importância de um julgamento imparcial e baseado em fatos, livre de preconceitos ou estereótipos de gênero. A presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB, Fabíola Ariadne, enfatizou a existência de um protocolo, em vigor desde março de 2023, visando garantir um julgamento com perspectiva de gênero, o qual requer um tratamento cuidadoso para evitar a revitimização da vítima.

Correção de Curso Após Repercussão Negativa

Após a ampla repercussão das declarações e a reação negativa por parte de entidades de defesa dos direitos das mulheres, parece ter ocorrido uma revisão de postura por parte dos desembargadores. Em notas divulgadas posteriormente, ambos buscaram justificar suas falas, enfatizando a necessidade de um entendimento cuidadoso do caso e a importância de evitar julgamentos precipitados. A correção de curso mostrou-se evidente na última sessão de julgamento, realizada na terça-feira (26), onde um voto anteriormente questionável foi revisto favoravelmente à vítima.

Este episódio sublinha a importância da sensibilidade e do respeito aos direitos e à dignidade das vítimas de assédio sexual. A utilização de estereótipos de gênero e a desqualificação das vítimas, práticas infelizmente ainda presentes em alguns segmentos da sociedade, ressaltam a necessidade contínua de educação e de mudança cultural, inclusive entre membros do judiciário.

Para Onde Vamos daqui?

    • Implementação rigorosa do protocolo de julgamento com perspectiva de gênero em todos os tribunais.
    • Educação contínua sobre assédio sexual, machismo e racismo para membros do judiciário.
    • Fortalecimento das vozes das vítimas e garantia de um julgamento justo e imparcial.
    • Promoção de uma mudança cultural que rejeite estereótipos de gênero prejudiciais e a desqualificação de vítimas de violência sexual.

Em conclusão, os comentários feitos pelos desembargadores Silvânio Alvarenga e Jeová Sardinha realçam a necessidade de um tratamento mais empático e justo de casos de assédio sexual dentro do sistema judiciário. A medida em que a sociedade caminha para uma compreensão mais profunda dessas questões, espera-se que tais episódios sirvam como catalisadores para uma mudança positiva e significativa.

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