Delegado Rivaldo foi escolhido por outro general, diz Braga Netto
Richard Fernandes Nunes era secretário de Segurança Pública do Rio durante a intervenção federal comandada por Braga Netto
O general Walter Braga Netto (foto), que assinou a promoção do delegado Rivaldo Barbosa a chefe da Polícia Civil um dia antes do assassinato de Mariele Franco e do motorista Anderson Gomes, afirmou que o nome havia sido indicado pelo então secretário de Segurança na intervenção, o general Richard Fernandes Nunes.
Rivaldo, como mostramos, assumiu a chefia da polícia em 13 de março de 2018, um dia antes do crime. A intervenção começou em fevereiro daquele ano, quando Braga Netto foi escolhido pelo então presidente Michel Temer.
A defesa de Braga Netto afirmou que, durante o período da intervenção federal na segurança pública do estado, a Polícia Civil era subordinada à Secretaria de Segurança Pública.
“A seleção e indicação para nomeações eram feitas, exclusivamente, pelo então Secretário de Segurança Pública, assim como ocorria nas outras secretarias subordinadas ao Gabinete de Intervenção Federal, como a de Defesa Civil e Penitenciária”, disseram os advogados.
“Por questões burocráticas, o ato administrativo era assinado pelo Interventor Federal que era, efetivamente, o governador na área da segurança pública no RJ”, acrescentam.
Na manhã deste domingo, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), Domingos Brazão, irmão do parlamentar e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Os dois são suspeitos de terem ordenado a morte de Marielle Franco.
O delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio e teria atuado para protegê-los, também foi detido. Os três negam a acusação.
Em publicação nas redes sociais, o ex-deputado Marcelo Freixo comentou a prisão do delegado e afirmou que ligou para ele “quando soube do assassinato da Marielle e do Anderson e me dirigia ao local do crime”.
“Ele era chefe da Polícia Civil e recebeu as famílias no dia seguinte junto comigo. Agora Rivaldo está preso por ter atuado para proteger os mandantes do crime, impedindo que as investigações avançassem. Isso diz muito sobre o Rio de Janeiro”, escreveu Freixo no X.
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