Amoêdo explica por que é contra, “no momento”, a descriminalização das drogas
João Amoêdo disse à Jovem Pan que, "do ponto de vista de pessoa física" (já que libera os candidatos do Partido Novo a se posicionarem como quiserem na área de costumes), é contra a descriminalização do aborto exceto nos casos já previstos em lei; e contra, "no momento", a descriminalização das drogas. "E por que eu acho que a gente não deve...
João Amoêdo disse à Jovem Pan que, “do ponto de vista de pessoa física” (já que libera os candidatos do Partido Novo a se posicionarem como quiserem na área de costumes), é contra a descriminalização do aborto exceto nos casos já previstos em lei; e contra, “no momento”, a descriminalização das drogas.
“E por que eu acho que a gente não deve descriminalizar as drogas agora? Certamente, eu acho que o combate às drogas não está funcionando da forma como a gente gostaria. Acho que isso é claro, não se discute. Inúmeros países que já resolveram vários dos problemas que a gente tem para resolver – como a questão do desemprego, da qualidade da saúde, da educação – ainda não conseguiram resolver esse problema. Eu acho que a gente não deveria trazer um novo problema, uma nova variável agora para um processo onde a gente tem tanta coisa para ser feita. Agora: na vida, a gente tem que evoluir. Eu detesto a ideia de se consumir drogas, nunca consumi drogas na minha vida, mas o que estou dizendo é o seguinte: se lá na frente se chegar a uma conclusão que funcionou muito melhor o combate às drogas dentro de um outro procedimento, vamos olhar e averiguar, de uma forma simples, racional. Agora isso não significa dizer que a gente tem que interferir na liberdade das pessoas de serem contra ou a favor do assunto. E a ideia do Novo, justamente, de deixar essa definição para o cidadão é permitir que ele tenha afinidade com as ideias econômicas do Novo e consiga colocar [no Congresso] representantes que estão mais próximos da sua pauta comportamental.”
Questionado se está em cima do muro, Amoêdo criticou outros candidatos que não apresentam posição alguma sobre esses temas e tentou se distinguir deles.
“É descriminalizar total? É só a maconha? Não é um assunto simples, não é que seja uma resposta para sair de fininho, não. Não é assim: preto ou branco, a favor ou contra. Que drogas? Como você legaliza? E são todas elas? E todo mundo pode fumar crack de uma hora para outra? Vai ser vendido na farmácia? Como vai ser isso?”
Confrontado sobre a falta de policiamento nas fronteiras, que impede um combate efetivo à entrada de drogas e armas no Brasil, Amoêdo respondeu:
“Certamente. A gente tem o problema das fronteiras, que é a entrada de drogas, fuzis, armamento mais pesado. Agora, o que eu digo do combate às drogas é que tem um problema não só em nível nacional, é um problema hoje do mundo em geral: ninguém conseguiu resolver isso direito. O próprio Uruguai descriminalizou, a violência aumentou. A Holanda foi mais flexível, já voltou um pouco. Então quando eu me referi [à ineficácia do combate às drogas, eu quis dizer que] é, de fato, um problema mal resolvido no mundo todo, não é só no Brasil.”
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