Governo Lula culpa Bolsonaro (de novo)
Governo Lula anunciou a recuperação de todos os 261 bens do patrimônio do Palácio da Alvorada que tinham sido dados como desaparecidos
O governo Lula, que antes acusava Jair Bolsonaro de ter roubado móveis do Planalto, uma alegação falsa desmentida nesta quarta, 20 de março, agora culpa o ex-presidente pela fake news.
“O relatório, que diz que 261 itens não haviam sido localizados, foi emitido no dia 4 de janeiro de 2023, concluindo um trabalho iniciado em 18/11/2022, feito durante o governo Bolsonaro, e finalizado pela equipe do governo anterior. Foi essa a informação recebida no início desta gestão”, afirma o Planalto em nota à imprensa divulgada na noite desta quarta.
“Ou seja, quem não sabia onde estavam os itens era a gestão anterior, parte deles abandonados em depósitos externos ao Palácio da Alvorada e sem efetivo controle patrimonial”, acrescentou.
Ainda de acordo com a nota, “só no segundo semestre de 2023 o atual governo concluiu a busca por todos os itens que não foram localizados durante a gestão Bolsonaro em diversas dependências diferentes da Presidência da República – não só no Alvorada”.
O Planalto chegou ainda a se auto parabenizar pela descoberta dos móveis: “Foi o governo atual que localizou esse patrimônio”.
Móveis achados
A Presidência da República anunciou a recuperação de todos os 261 bens do patrimônio do Palácio da Alvorada que tinham sido dados como desaparecidos. A questão havia gerado tensão entre os casais presidenciais Lula e Bolsonaro durante a transição de governo no início do ano passado.
Na ocasião, o presidente Lula e a primeira-dama Janja reclamaram das condições da residência oficial e apontaram que alguns móveis estavam faltando após a mudança de Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle do local. A ausência de móveis também foi citada como justificativa para a compra de R$ 196,7 mil em móveis de luxo pelo novo governo.
Nenhum bem foi extraviado
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, a Comissão de Inventário Anual da Presidência da República concluiu o levantamento do patrimônio do Palácio da Alvorada para o período de 2022 e constatou que nenhum móvel ou bem estava extraviado. Uma nova conferência, realizada no início de 2023, já na gestão de Lula, reduziu o número de bens desaparecidos para 83.
A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência foi questionada pela Folha sobre o local específico onde os móveis foram encontrados, mas apenas informou que estavam nas diversas dependências do palácio, sem fornecer mais detalhes. Boa parte do móveis estaria em um depósito.
Fake news de Lula
A “guerra dos móveis” começou quando o presidente Lula reclamou publicamente sobre as condições precárias da residência oficial e afirmou que Bolsonaro e Michelle tinham levado móveis na mudança. Segundo ele, se os objetos fossem de caráter particular, não haveria problema, mas tratavam-se de patrimônio público.
Em resposta, a ex-primeira-dama Michelle afirmou, meses depois, que os móveis eram de sua propriedade e não bens públicos. Ela chegou a sugerir a instalação de uma CPI dos móveis do Alvorada.
Compras
A ausência de móveis foi um dos motivos alegados para a compra sem licitação de móveis de luxo para o Palácio da Alvorada no ano passado. Entre os itens adquiridos estavam camas, sofás, poltronas, fogões, lavadoras de roupa e obras de arte.
Apesar das acusações trocadas entre os casais presidenciais, fica confirmada agora a fake news que Lula plantou, pois todos os bens do patrimônio do Palácio da Alvorada foram encontrados dentro da residência presidencial. Esses itens passam a reintegrar o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que residirem no local.
A lista dos bens recuperados inclui diversos móveis, utensílios domésticos, livros e obras de arte. Entre eles, destacam-se camas, sofás, poltronas, mesas, fogões, lavadoras de roupa, luminárias e obras de artistas renomados. Esses itens agora estão disponíveis para uso no Alvorada.
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