Crusoé: Os dois milagres consecutivos de Milei
Ao cortar custos, o presidente da Argentina conseguiu dois meses consecutivos com superávits nas contas públicas, o que pode ajudar a controlar a inflação e atrair investimentos
Até a posse de Javier Milei (foto) como presidente, em dezembro do ano passado, o último superávit fiscal nas contas públicas da Argentina tinha acontecido em agosto de 2012, quando Cristina Kirchner estava em seu segundo mandato como presidente.
Em janeiro deste ano, primeiro mês completo do governo Milei, a Argentina alcançou um superávit de 589 milhões de dólares.
Em fevereiro, Milei conseguiu repetir o feito. O resultado positivo desta vez foi ainda maior, de 1,23 trilhão de pesos, ou 1,45 bilhão de dólares.
A meta
Zerar o déficit público é a principal meta da gestão de Milei e, para isso, o governo tem revisado subsídios, paralisado investimentos públicos e trabalhado para recompor as reservas internacionais, afastando a crise de confiança dos investidores internacionais e buscando reequilibrar o câmbio.
O compromisso com as contas públicas é essencial para controlar a inflação e voltar a atrair investimentos.
Os dois superávits seguidos mostram que Milei está empenhado em alcançar seus objetivos, o que marca uma ruptura com a tradição peronistas de gastos elevados e descaso com a inflação alta.
Reduzir os gastos, contudo, tende a aumentar a insatisfação popular.
Aprovação
Uma pesquisa divulgada este final de semana pela consultoria Zubán&Córdoba indica que Milei é aprovado por 42,7% dos argentinos — queda de 2,5 pontos percentuais em um mês.
O governo tem uma imagem positiva para 42,3% dos entrevistados.
Cerca de 40% dos 1.600 entrevistados pela pesquisa acreditam que os cortes e ajustes neste primeiro ano de governo valerá a pena no futuro.
O governo teria acertado na proibição do uso de linguagem inclusiva em sua comunicação oficial, para os eleitores: um total de 53,2% concorda em algo ou totalmente com a decisão do atual governo.
Outras propostas foram menos bem recebidas, como eliminar o fundo de incentivo docente (65,9% discordam) e o fechamento da Télam, a TV pública do país (57,2% discordam).
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