Anderson Melo, jogador do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, foi alvo de ofensas homofóbicas durante uma partida no Recife no último dia 14. Os ataques foram transmitidos durante a transmissão do jogo pela internet, gerando revolta na audiência. Esses incidentes foram registrados por diversos espectadores que encaminharam o conteúdo para o atleta.

Em um momento que deveria ser celebrado pela competição, um grupo de torcedores desrespeitosamente começou a entoar cantos e gritos ofensivos direcionados a Anderson. Frases homofóbicas como “Saca na bicha!” e “É mulher ou não é? É! Usa calcinha ou não usa? Usa!” foram claramente ouvidas durante a transmissão.

O Desabafo de Anderson

O jovem atleta usou suas redes sociais para expressar sua indignação e tristeza. Ele lamentou profundamente a atitude da torcida, afirmando que essa foi a “primeira vez que tiraram seu sorriso”. Anderson se sentiu acuado e não conseguiu entender por que as pessoas agiam de tal maneira. Ele lembrou de sua mãe, que tinha medo de que ele sofresse por ser homossexual.

Segundo o atleta, durante a partida, ele estava tão emocionalmente abalado que apenas conseguia ouvir a voz de sua mãe. Isso tornou difícil para ele se concentrar no jogo e, eventualmente, ele e seu parceiro Lyan perderam a partida por 2 sets a 0.

Apoio e Ações Legais

Em um gesto de solidariedade, a jogadora de vôlei de praia Carol Solberg publicou palavras de apoio ao atleta em suas redes sociais. Ela expressou sua revolta pela falta de ação dos árbitros e da organização durante os ataques.

Por sua vez, Anderson Melo tomou medidas legais contra o ocorrido, registrando um boletim de ocorrência no Rio de Janeiro. A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) também condenou veementemente os ataques, comprometendo-se a tomar medidas legais.

Em nota, a CBV informou que estava reunindo informações para apresentar um boletim de ocorrência e encaminhar uma denúncia ao Ministério Público local. A entidade esportiva reforçou o compromisso com o respeito, a tolerância e a igualdade, além de se posicionar contra qualquer forma de preconceito em seus eventos.

O esporte é um campo em que atletas de todas as origens e identidades devem estar seguros para competir e se expressar, sem medo de ser alvo de discriminação e preconceito. E este incidente serve como um lembrete de que ainda temos um longo caminho a percorrer para tornar o esporte verdadeiramente inclusivo e seguro para todos.