Obstáculos dos EUA ao financiamento do Haiti podem complicar a intervenção política internacional
Financiamento dos EUA ao Haiti pode ser bloqueado, complicando a ajuda internacional. A crise se agrava conforme o Quênia adia missão.
O financiamento norte-americano para o Haiti, a ser fornecido pelo governo de Joe Biden com o intuito de atenuar a escalada de violência no país, pode ser bloqueado por legisladores dos Estados Unidos. O Departamento de Estado dos EUA solicitou US$ 40 milhões (R$ 199 milhões) para auxiliar o país caribenho. No entanto, o republicano Michael McCaul, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, e o senador Jim Risch, principal republicano no Comitê de Relações Exteriores do Senado, pedem mais garantias antes de liberar este montante.
Em uma condição crítica, o Haiti vem sofrendo um avanço de violência, com gangues armadas dominando a maioria da capital, Porto Príncipe, e causando uma crise humanitária. A insegurança tem interrompido o fornecimento de alimentos e levado centenas de milhares de pessoas a abandonarem suas casas.
República do Quênia oferece suporte policial ao Haiti
Segundo informação dos assessores do Congresso, a ausência do financiamento pode atrapalhar os planos do Quênia de enviar forças policiais para auxiliar o país. O Quênia se comprometeu com a ONU a liderar uma missão multinacional para ajudar o Haiti a combater as gangues violentas e proteger a infraestrutura urbana. No entanto, atrasos no pagamento fizeram o país africano suspender temporariamente o envio da missão.
Esses planos findaram ainda mais dificultados com o pronunciamento do primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, que prometeu renunciar assim que um conselho de transição e líder temporário fossem estabelecidos. O Departamento de Estado espera que os membros do conselho sejam escolhidos em até 48 horas.
Resolução depende de estabilização política no Haiti
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou que o novo conselho poderá pavimentar o caminho para uma estabilização no Haiti, o que permitiria a continuidade dos planos com a força policial queniana. Contudo, os desafios são numerosos e incluem a superação de barreiras políticas, desafios de segurança, tempos consistentes e esforços na solução dos problemas atuais.
O assassinato do ex presidente haitiano Jovenel Moïse, em 2021, escalou ainda mais a crise no país, deixando um vácuo de poder. A incerteza quanto à formação de um conselho presidencial de transição é um dos dilemas mais complexos para a situação atual no país.
É imperativo que legislações e políticas eficientes sejam implementadas para a prestação do auxílio financeiro destinado, para que seja possível atender às urgências do país e interromper a escalada de violência. Os esforços devem ser direcionados para garantir uma estabilidade política que possibilite a atuação segura da força internacional na contenção da violência e na recuperação da economia.
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