Agamenon Pedreira na Crusoé: De volta ao passado
Todos os meus 17 leitores e meio sabem que o Brasil é o país do futuro. Futuro de pretérito, é claro, escreve Agamenon Mendes Pedreira
De uma forma divertida e com um tom de sarcasmo, Agamenon Mendes Pedreira traz em sua coluna desta edição da Crusoé, uma reflexão sobre o livro O Avesso da Pele que foi retirado de circulação sob acusação de infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Todos os meus 17 leitores e meio (não esqueçam do indivíduo verticalmente prejudicado, o anão, que se fosse, além de anão, mulher, negra, gay e trans, seria objeto de maior e mais sórdida discriminação, minorias essas [com trocadilho] com as quais me solidarizo incondicionalmente em suas lutas identitárias) sabem que o Brasil é o país do futuro. Futuro de pretérito, é claro.
Assim como um caranguejo, esse Brasilzão de Deus está sempre dando um jeito de andar pra trás. Autoridades, políticos, ex-BBBs e outras subcelebridades só pensam numa coisa: dar marcha à ré e pisar fundo no acelerador rumo ao passado. Sigam-me o meu raciocínio e depois me digam se eu não tenho razão, como, aliás, eu sempre não tenho.
A ditadura militar já acabou há muito tempo, para tristeza do ex-presidente Jair Bolsonazi, mas a famigerada censura continua comendo solta. Antigamente os censores praticavam a censura prévia e hoje em dia a censura é póstuma.
Agora resolveram tirar o livro O Avesso da Pele de várias bibliotecas e, em nome da moral e dos bons costumes, principalmente o costume de proibir. O governador Ronaldo Caiado disse que nem teve coragem de ler a
obra em questão. O Caiado deveria ter ficado Calado até porque é político há muito tempo e deveria estar acostumado com a pornografia e a sacanagem generalizada.
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