Protestos e prisões no início da farsa eleitoral russa
Bomba em frente a uma seção eleitoral, coquetel molotov, cabine de votação incendiada, cerca de 13 pessoas presas: esse foi o saldo do primeiro dia de uma eleição pré-determinada na Rússia
Bomba em frente a uma seção eleitoral, coquetel molotov, cabine de votação incendiada, cerca de 13 pessoas presas: esse foi o saldo do primeiro dia de uma eleição pré-determinada na Rússia.
A paródia da votação que deveria levar à reeleição de Vladimir Putin teve um início difícil esta sexta-feira, 15 de março, tendo sido interrompida por múltiplas ações de protesto, mas também por novos ataques da Ucrânia nas regiões fronteiriças. Várias pessoas já foram detidas por danos nas urnas de voto, afirmaram as autoridades russas em comunicados de imprensa.
Entre eles, cinco foram “colocados em detenção” em Moscou e nas regiões de Voronezh, Rostov e Karachay-Cherkessia depois de terem borrifado os boletins de voto nas urnas com um “líquido corante”.
Uma pessoa também foi presa por tentar atear fogo a uma urna eleitoral em Khanty-Mansisk, na Sibéria, outra por tentar acender um fogo de artifício em uma seção eleitoral na região de Chelyabinsk. Uma senhora idosa foi presa depois de atear fogo a uma cabine de votação em Moscou, segundo a mídia russa, levando ao fechamento temporário do local de votação.
Uma jovem tentou atear fogo com um cocktail molotov em um local de votação em São Petersburgo. Ninguém ficou ferido.
Uma bomba também explodiu sem causar vítimas em frente a uma scção de voto na região de Kherson, ocupada pela Rússia, no sul da Ucrânia. “Em Skadovsk, um dispositivo explosivo improvisado foi colocado numa lata de lixo em frente à assembleia de votação. Houve uma explosão, não houve vítimas”, indicou no Telegram a comissão eleitoral regional ligada à ocupação russa. Segundo ela, as forças ucranianas também bombardearam duas comissões eleitorais locais sem causar vítimas.
Estes incidentes tendem a continuar até domingo, data em que findará a votação. A viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaïa, que prometeu continuar a sua luta, apelou aos russos que apoiam a oposição para irem às assembleias de voto à mesma hora, domingo ao meio-dia, em Moscou, a fim de mostrar que são numerosos.
Kiev mantém a pressão
A Ucrânia também aumentou a pressão militar nas regiões fronteiriças russas de Belgorod e Kursk, alvo de uma série de ataques de drones e de incursões de unidades militares compostas por russos anti-Kremlin.
O exército russo disse esta sexta-feira, 15, ter repelido múltiplas incursões de combatentes da Ucrânia. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse na sexta-feira que esses ataques visavam “desestabilizar as eleições”.
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