Os promotores do caso contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusado de suborno, sinalizaram na quinta-feira que não se oporiam a um adiamento de 30 dias na tramitação do processo, além do prazo atualmente estipulado para 25 de março.

O adiamento seria uma resposta à recente divulgação de milhares de páginas de documentos por parte dos promotores federais e significaria mais uma vitória para Trump, que pretende desacelerar os procedimentos jurídicos enquanto se prepara para enfrentar o atual presidente e possível adversário, o democrata Joe Biden, na eleição de 5 de novembro.

O processo de suborno

O caso de suborno que ocorre na corte estadual de Nova York é considerado o processo criminal contra Trump mais próximo de ir a julgamento. Documentos oficiais indicam que o ex-presidente pediu um adiamento de 90 dias no julgamento, alegando que foram divulgados em março cerca de 73 mil páginas de materiais que podem ser relevantes para o caso.

Segundo os promotores, tais materiais foram divulgados pelo gabinete do procurador-distrital de Manhattan, Alvin Bragg, que já participou do processo em outra ocasião.

A possibilidade de adiamento

Apesar da proximidade do julgamento, previsto para 25 de março, os promotores afirmaram que não se oporiam ao adiamento. “Estamos preparados para o julgamento em 25 de março, mas não nos opomos ao adiamento, desde que seja garantido que o réu tenha tempo suficiente para analisar os novos materiais”, afirmaram os promotores.

A decisão final sobre qualquer mudança no prazo do julgamento caberá ao juiz encarregado do caso, Juan Merchan.

As acusações contra Trump

Trump, que se declarou inocente das 34 acusações de falsificar registros financeiros, é acusado de ocultar dinheiro que teria sido dado à atriz pornô Stormy Daniels antes da eleição de 2016. Em troca, a atriz teria silenciado sobre um encontro sexual que teria tido com Trump uma década antes, algo que o ex-presidente nega.

Além disso, Trump pediu esta semana que o juiz adie o julgamento até que a Suprema Corte dos Estados Unidos julgue seu pedido de imunidade presidencial no caso que envolve sua tentativa de reverter o resultado da eleição de 2020, quando perdeu para Biden.

A Suprema Corte deve julgar este caso em 25 de abril. Dessa forma, um adiamento de 30 dias no processo de compra do silêncio de Stormy Daniels resultaria em ambos os casos acontecendo na mesma semana, pouco mais de seis meses antes do dia da eleição.