O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB/foto), criticou veementemente a representação impetrada pelo PSOL para barrar a homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Theatro Municipal da capital paulista. Em entrevista coletiva, realizada ontem, 13, Nunes afirmou que essa ação é uma clara perseguição e não condiz com os princípios democráticos.

Nunes ressaltou que o título de cidadão paulistano já foi concedido a centenas de outras autoridades e que a homenagem à Michelle Bolsonaro segue o mesmo protocolo. “Michelle agora é uma cidadã paulistana como qualquer outra. O Theatro Municipal cede seu espaço para diversas atividades, como OAB, Ministério Público e até mesmo instituições do funk“, disse o prefeito.

O prefeito também destacou que a homenagem foi proposta pela Câmara Municipal de São Paulo, que representa a vontade do povo.

Título de cidadão

Para que um título de cidadão seja concedido, são necessários no mínimo 37 votos dos 55 vereadores. “Quando fui vereador, participei da concessão do título de cidadão paulistano ao presidente Lula. Portanto, não há justificativa para questionar a homenagem à Michelle Bolsonaro“, acrescentou Nunes.

O prefeito também criticou a postura da oposição, acusando-os de relativizar a democracia em São Paulo. “Por que esse questionamento? Não é porque ela fez algo errado. É simplesmente porque ela é esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Precisamos ter bom senso. Que tipo de democracia é essa? Uma democracia hipócrita? Não podemos homenagear e respeitar o voto do eleito que concedeu a homenagem. Essas pessoas estão apenas demonstrando sua intolerância, não faz sentido“, disparou Nunes.

Homenagem à Michelle

A homenagem à Michelle Bolsonaro foi proposta pelo vereador Rinaldi Digilio (PSL) e aprovada pela Câmara Municipal em novembro do ano passado, com apoio da base governista. No entanto, na última quarta-feira, 13, três parlamentares do PSOL apresentaram um pedido de investigação sobre a homenagem à ex-primeira-dama.

O documento foi entregue ao Ministério Público de São Paulo e ao Ministério Público Federal, alegando possível utilização do espaço público para campanha política antecipada, além de acusações de peculato.