Combatentes russos exilados pró-Ucrânia lançaram um ataque transfronteiriço no sul da Rússia. Eles são membros dos grupos armados Batalhão siberiano, Legião da Liberdade para a Rússia e RDK (Corpo de voluntários russos) e trabalham em estreita colaboração com o exército ucraniano.

O ataque transfronteiriço é destinado a semear o caos antes da tão esperada reeleição de Vladimir Putin neste fim de semana.

Os grupos armados de combatentes russos exilados afirmaram ter atravessado a fronteira para as regiões do sul de Kursk e Belgorod. Num comunicado, a Guarda Nacional Russa reconheceu o ataque, dizendo que, juntamente com as forças armadas, estavam repelindo o ataque dos grupos armados apoiados pela Ucrânia, perto da aldeia de Tyotkino, na região ocidental de Kursk, na Rússia.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que frustrou os ataques e publicou um vídeo no qual apareciam tanques e veículos blindados de combate destruídos, supostamente pertencentes aos combatentes pró-ucranianos.

Nacionalistas e anarquistas

Membros dos grupos Sibéria, Legião da Liberdade da Rússia e batalhões RDK – os três grupos que reivindicaram o ataque cruzado – são compostos por membros que vão desde nacionalistas de extrema direita até anarquistas; enquanto o batalhão siberiano é predominantemente composto por minorias étnicas da Sibéria, incluindo Buryats, Yakuts e Tuvans.

Embora seja pouco provável que os ataques transfronteiriços resultem em ganhos territoriais ucranianos, poderão afastar as tropas russas de batalhas significativas no leste da Ucrânia.

Nessa quinta-feira, 14 de março, as milícias anti-Putin publicaram uma declaração no Telegram dizendo que o ataque transfronteiriço para “libertar” as regiões de Kursk e Belgorod continuaria “até que todos os objetivos fossem alcançados”.

Os ataques fronteiriços foram acompanhados por ataques de drones e mísseis ucranianos contra a cidade de Belgorod. Nessa quinta-feira, a Ucrânia disparou pelo menos oito mísseis contra a região fronteiriça russa de Belgorod, matando uma pessoa e ferindo seis, segundo autoridades locais.

Kiev também intensificou esta semana os seus ataques a refinarias e instalações energéticas no interior da Rússia, interrompendo a produção de pelo menos uma refinaria de petróleo vital.