O primeiro ministro escocês, Humza Yousaf, defendeu a polêmica doação de 250.000 euros (equivalentes a R$ 1,3 milhão) feita pelo governo escocês à UNRWA.

A controvérsia ganhou força após o Telegraph publicar que Yousaf havia desconsiderado a orientação de oficiais para direcionar uma doação de £100.000 a £200.000 para a UNICEF, optando por anunciar um adicional de £250.000 à UNRWA durante um encontro com delegados da organização em Edimburgo. Yousaf criticou as alegações do jornal, classificando-as como absurdas.

Acusações de conflito de interesse foram negadas por Yousaf, que descreveu as alegações como ataques islamofóbicos e difamatórios. O líder escocês é muçulmano e filho de paquistaneses. Em seu perfil na rede social X, ele disse:

“Normalmente não respondo a difamações contra mim ou minha família, mas essa história é tão ultrajante que exige uma resposta.

Durante a maior parte da minha vida política, lutei contra insinuações de setores da mídia desesperados para me vincular ao terrorismo, apesar de ter feito campanha contra ele durante toda a minha vida.”

Yousaf se defendeu dizendo que a UNRWA não teve envolvimento na liberação de seus sogros, que estavam em Gaza. Ele atribuiu a liberação ao esforço do ministério das relações exteriores, rebatendo as sugestões contrárias como “mentiras difamatórias”.

Esta doação veio à tona enquanto a UNRWA fazia um apelo emergencial para ajuda em novembro de 2023. Naquele período, o conflito na região havia deslocado mais de um milhão de palestinos em Gaza.

Yousaf, líder do Partido Nacional Escocês (SNP), afirmou que a decisão de doar para a ajuda de Gaza foi tomada como parte de um esforço conjunto do Ocidente. Ele esclareceu que a escolha foi baseada em discussões com a UNRWA, UNICEF e a Cruz Vermelha Britânica.

Stephen Kerr, membro conservador do comitê de padrões de Holyrood, afirmou que Yousaf tem explicações a dar e que sua ação poderia configurar uma violação do código ministerial escocês. Por outro lado, um porta-voz de Yousaf refutou essas afirmações, associando-as a teorias da conspiração de extrema-direita.

A UNRWA enfrenta acusações de envolvimento nos ataques de 7 de outubro pelo Hamas, levando vários países, incluindo o Reino Unido, a suspenderem temporariamente o apoio à agência.