Astrônomos realizaram uma descoberta fascinante explorando os recônditos mais profundos do universo. Utilizando o telescópio espacial James Webb, a equipe identificou a galáxia “morta” mais antiga já registrada. Contribuindo significativamente para a compreensão do universo, esta descoberta abre caminho para uma nova era de exploração astronômica.

Uma rápida visão do universo primitivo

Essa galáxia única, já com idade avançada de 13,8 bilhões de anos, está localizada a uma distância incrivelmente longínqua da Terra. Sua existência remonta a uma época na qual o universo tinha apenas cerca de 700 milhões de anos. Apesar de pertencer ao início dos tempos, a formação de estrelas cessou prematuramente nessa galáxia – uma característica que ainda desafia os astrônomos. O relatório detalhando a descoberta foi publicado na renomada revista Nature.

Procurando respostas no início dos tempos

De acordo com os pesquisadores, o estudo desta galáxia antiga pode trazer revelações importantes sobre a gênese do universo e os fatores que influenciam a formação de estrelas. “Os primeiros milhões de anos do universo foram um período extremamente ativo, com muitas nuvens de gás colapsando para formar novas estrelas”, explicou o líder do estudo, Tobias Looser, estudante de doutorado em astrofísica extragaláctica no Instituto Kavli de Cosmologia na Universidade de Cambridge.

Os cientistas ficaram surpresos ao descobrir uma galáxia que amadureceu rapidamente e morreu jovem logo após o Big Bang. “Normalmente, só mais tarde no Universo é que começamos a ver galáxias parando de formar estrelas”, observou Francesco D’Eugenio, coautor da pesquisa e astrofísico pós-doutorado no Instituto Kavli de Cosmologia.

Os mistérios do fim da formação de estrelas

O fim da formação estelar ocorre quando uma galáxia é privada do gás necessário para a geração de novas estrelas. Contudo, o motivo pelo qual ocorreu tão repentinamente nessa galáxia em particular ainda não foi determinado. Há um consenso geral de que buracos negros massivos ou interações violentas entre estrelas podem expulsar o gás nas galáxias, detendo rapidamente a criação de estrelas. No entanto, os pesquisadores ainda não têm certeza se algum desses cenários pode explicar o que ocorreu com a galáxia JADES-GS-z7-01-QU, a recém-descoberta galáxia pelos instrumentos do Webb.

Rumo a um melhor entendimento do universo

A equipe de pesquisa está ansiosa para estudar ainda mais essa peculiar galáxia e aprender sobre as condições que provocam o fim da formação de estrelas. “Pode ser que os sistemas ‘morram’ e depois voltem à vida. Precisaremos de mais observações para nos ajudar a descobrir isso”, concluiu D’Eugenio.

A descoberta desta galáxia é uma verdadeira virada de jogo para a astrofísica e dá aos astrônomos uma visão inédita do universo antigo. Graças ao telescópio James Webb, muitas outras descobertas emocionantes ainda estão por vir.