Ex-general implica Bolsonaro em trama golpista, diz jornal
Freire Gomes "implicou Bolsonaro como responsável pela manutenção dos acampamentos golpistas e de eximiu da responsabilidade"
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o general Marco Antônio Freire Gomes (foto), que foi comandante do Exército em 2022, implicou Jair Bolsonaro nos atos antidemocráticos que eclodiram no 8 de janeiro.
A informação é da Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira, 4 de março, três dias após o depoimento.
Citando “fontes próximas ao general”, o jornal afirma que Freire Gomes “implicou Bolsonaro como responsável pela manutenção dos acampamentos golpistas e se eximiu da responsabilidade pela participação das Forças Armadas como fiscalizadoras das eleições, ação que colocou em dúvida a confiança das urnas eletrônicas”.
Ainda segundo o veículo, o general respondeu a cerca de 250 perguntas da PF sobre o final de 2022.
Depoimento de oito horas
O depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes (foto) à Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira, 1º de março, terminou depois das 22h, durando quase oito horas.
Freire Gomes era o comandante do Exército em 2022, quando houve a suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder apesar da derrota nas eleições daquele ano.
Relatório da PF aponta que o general não aderiu à ideia de uma tentativa de golpe de Estado e foi chamado de “cagão” pelo general Walter Braga Netto, então ministro da Defesa e da Casa Civil, e vice de Bolsonaro na disputa pela reeleição.
Em depoimento à PF na semana passada, o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira confirmou que se reuniu com o ex-presidente em 9 de dezembro de 2022 a pedido do então comandante Freire Gomes.
A PF diz que, nesse encontro, no Palácio da Alvorada, foi discutido um plano de golpe de Estado. Teophilo, na época à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), seria o responsável por acionar militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para a concretização do golpe, com prisões de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
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