A polícia de Zurique, na Suíça, intensificou as medidas de segurança em torno de instituições judaicas, em resposta a um ataque violento que deixou a comunidade e as autoridades em choque.

A decisão vem após o esfaqueamento de um judeu de 50 anos, gravemente ferido por um adolescente de 15 anos. Testemunhas do ataque reportaram que o agressor de 15 anos proferiu slogans antissemitas durante o ataque, evidenciando crime de ódio.

“A causa do ataque ainda é incerta, mas não descartamos a possibilidade de um crime antissemita,” declarou a polícia em um comunicado. Este aumento da segurança foca em locais específicos baseando-se em pedidos das organizações judaicas locais.

Ataques contra judeus são eventos raros no país, conforme apontou Jonathan Kreutner, secretário-geral da Federação Suíça de Comunidades Judaicas. “Um caso como este realmente traz uma nova dimensão para a questão,” afirmou Kreutner.

A Fundação GRA Contra o Racismo e o Antissemitismo também se pronunciou, indicando que o ataque não foi um incidente isolado, mas parte de um padrão preocupante de aumento do antissemitismo na Suíça.

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, houve um aumento nos incidentes antissemitas na Suíça com relatos de grafites, desrespeito a túmulos, e provocações em escolas.

Johanne Gurfinkiel, da CICAD (Coordenação Intercomunitária Contra Antissemitismo e Difamação), pede uma resposta firme do governo. A Comissão Europeia condenou o ressurgimento de atos antissemitas na Europa, destacando que os judeus vivem novamente com medo.

Na Suíça, foram registrados quase 200 incidentes antissemitas em 2023, principalmente online, com casos também ocorrendo em escolas, onde alunos judeus foram atacados. O governo suíço, juntamente com a ministra da educação de Genebra, Anne Hiltpold, expressou preocupação e convocou vítimas a relatarem os casos.