O que diz Israel sobre mortes de palestinos em cerco a comboio
Forças de Defesa israelenses dividem o caso em três episódios diferentes. Entenda
A ajuda humanitária enviada por Israel à Faixa de Gaza desde o final de 2023, a partir da reação militar contra o Hamas pelo massacre de 7 de outubro, virou notícia de destaque nesta quinta-feira, 29 de fevereiro, porque morreram palestinos em torno dos caminhões com água, alimentos, abrigos e medicamentos destinados a eles próprios.
A ajuda israelense que Lula fingia não existir, portanto, agora existe, já que toda morte de civis em Gaza é explorada contra o Estado judeu, mesmo que eles sejam atropelados por conterrâneos palestinos que assumem o volante dos caminhões em seu território, como teria acontecido em um dos três episódios trágicos que marcaram o dia.
“Por volta das 4h da manhã, 30 caminhões com ajuda humanitária atravessaram a passagem de Kerem Shalom, no sul de Israel. O comboio seguiu em direção a abrigos na Cidade de Gaza, ao longo da estrada costeira”, relatou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel nascido no Brasil, major Rafael Rozenszajn, em nota.
Saques
Segundo ele, “à medida que o comboio avançava no Norte de Gaza, milhares de pessoas cercavam os caminhões”. “Isto levou a uma debandada, durante a qual dezenas de habitantes de Gaza ficaram feridos e mortos, alguns após terem sido atropelados por caminhões, dos quais os motoristas são palestinos de Gaza”, afirmou.
O Antagonista apurou com autoridades israelenses que o Hamas havia parado de roubar a ajuda a seu povo porque as FDI vinham reagindo às iniciativas do grupo, mas que, em razão disso, civis perderam o receio de retaliação dos terroristas e passaram a cercar os caminhões para saquear os itens humanitários para si próprios também.
Armas
O relato de Rozenszajn sobre o segundo episódio indica a que ponto teria chegado a disputa:
“Depois de alguns dos caminhões de ajuda humanitária terem conseguido continuar o trajeto para o norte de Gaza, recebemos relatos de que habitantes de Gaza armados, na área dos abrigos civis, teriam disparado, atingindo os caminhões e saqueando-os na Cidade de Gaza.”
As FDI ainda não confirmam quantas pessoas morreram em cada episódio.
Em relação ao terceiro, o major aponta envolvimento direto de soldados israelenses, mas em reação ao avanço de civis que teriam passado a representar uma ameaça:
“Um evento separado ocorreu perto da passagem de caminhões para Gaza, envolvendo tropas das FDI protegendo o comboio em sua passagem.
Dezenas de palestinos que atacaram o último caminhão do comboio começaram a se mover em direção às forças das FDI e se aproximaram de um tanque e das forças próximas.
Os soldados dispararam tiros de advertência para o ar e depois dispararam contra aqueles que representavam uma ameaça e não se afastaram.”
Dificuldades
Ao lamentar os episódios, Rozenszajn reiterou que o Hamas causou as dificuldades enfrentadas atualmente e que Israel vai buscar soluções logísticas para contornar os problemas da aglomeração de palestinos, sem deixar de enviar ajuda humanitária.
“Para as FDI, cada vítima civil é uma tragédia.
Como sempre dissemos, a nossa guerra é contra o Hamas e não contra o povo de Gaza.
Apesar das circunstâncias muito difíceis (causadas pela decisão do Hamas de entrar em guerra contra Israel), continuamos a trabalhar para facilitar a entrega de ajuda humanitária a civis em toda a Faixa de Gaza.
Aprenderemos com este difícil incidente para tentar encontrar melhores soluções para a transferência de ajuda para aqueles que dela necessitam.
Em anexo estão imagens aéreas da operação para levar ajuda humanitária ao norte da Faixa de Gaza, mostrando como a multidão palestina atacou os caminhões e, como resultado, dezenas de pessoas foram mortas devido à aglomeração e atropelamento.”
Mais cedo, a conta oficial das FDI havia publicado no X o seguinte resumo preliminar:
“Nesta manhã, caminhões de ajuda humanitária entraram no norte de Gaza, os residentes cercaram os caminhões e saquearam os mantimentos entregues. Como resultado dos empurrões, pisoteios e atropelamentos, dezenas de habitantes de Gaza foram mortos e feridos.”
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