Um ar-condicionado para Lula
Em meio às ameaças de Maduro à Guiana, Lula inaugurou uma sala com seu nome em Georgetown, capital do país
Em meio às ameças do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao território de Essequibo, na Guiana, o presidente Lula (PT) inaugurou nesta quinta-feira, 29, uma sala com seu nome em Georgetown, capital do país, registrou a Folha de S. Paulo.
A inauguração ocorreu em uma breve cerimônia antes da reunião bilateral do petista com o presidente da Guiana, Irfaan Ali.
Segundo o chefe de Estado guianês, a sala recebeu o nome de Lula devido a uma viagem do petista ao país em 2010, quando o presidente brasileiro, no fim de seu segundo mandato. Na ocasião, contou Ali, o ar-condicionado quebrou e Lula manteve o encontro com Bharrat Jagdeo, ex-presidente da Guiana, apesar do calor.
“No verdadeiro espírito do Brasil e do presidente Lula de determinação consistente, ele continuou”, afirmou Ali.
A disputa por Essequibo
Ainda nesta quinta, 29, Lula deixará a Guiana rumo à Ilha de São Vicente e Granadinas, para participar da Cúpula da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac).
No Caribe, Lula deve se reunir com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, com quem deve discutir a disputa territorial por Essequibo.
As tensões entre Guiana e Venezuela aumentaram devido a um referendo realizado pelo regime de Maduro em dezembro de 2023.
Na votação, rechaçada por grande parte da comunidade internacional, cerca de 95% dos cidadãos venezuelanos se declararam a favor da anexação da área e da criação de um estado venezuelano em Essequibo.
O governo da Guiana afirma que essa consulta popular visa a anexar a região com reserva vasta em petróleo. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) também declarou que a anexação seria ilegal. Antes mesmo do referendo ocorrer, a Guiana rejeitou essa medida e solicitou à CIJ uma ordem de emergência para interromper a consulta.
Em janeiro, os ministros das Relações Exteriores da Guiana e da Venezuela se reuniram no Itamaraty, em Brasília, em um encontro intermediado pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e pelo assessor especial do presidente Lula (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim.
Após sete horas de reunião, Brasil, Venezuela e Guiana emitiram um comunicado conjunto dizendo que o encontro havia sido “um bom começo”, mas sem anunciar nenhuma medida concreta.
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