O Distrito Federal (DF) ocupa a primeira posição no ranking de incidência de dengue entre as unidades federativas brasileiras. Segundo dados do Ministério da Saúde, a região apresenta 2.938 casos prováveis por 100 mil habitantes e registrou 35 óbitos pela doença, embora as autoridades locais contem 38 mortes e investiguem outras 72.

No total, o país registrou 762.542 casos prováveis de dengue e 150 mortes. O Painel de Monitoramento das Arboviroses, atualizado na última sexta-feira (23), estima que o número de casos pode chegar a 4,2 milhões até 2024, no cenário mais crítico para a doença. No entanto, é incerta a data em que o Brasil atingirá o pico de circulação do vírus da dengue.

Hospital de campanha: resposta à crise sanitária no DF

Em resposta à crise sanitária, a Força Aérea Brasileira instalou, no início de fevereiro, um hospital de campanha no DF. O órgão divulgou que já foram realizados mais de 20 mil procedimentos, como atendimentos médicos, exames e transferências de pacientes para hospitais.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), declarou que estão sendo consideradas “alternativas” para expandir o atendimento. Unidades Básicas de Saúde (UBSs) passaram a atender pacientes à noite, e houve aumento do número de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) nos hospitais.

Ações de controle e prevenção são intensificadas

Para controlar o avanço da doença, o Ministério da Saúde autorizou um repasse de até R$ 1,5 bilhão para os estados e municípios fortalecerem o atendimento a pacientes diagnosticados com dengue. A pasta também está investindo na prevenção da doença e regularização dos estoques de inseticida, além do treinamento de profissionais de saúde e agentes de combate às endemias em todo o país.

Um dos focos da ação preventiva é a vacinação. O Ministério da Saúde fez a aquisição de 5,2 milhões de doses de vacina contra a dengue, e as doses já começaram a ser distribuídas aos municípios. As campanhas de vacinação estão voltadas inicialmente para o público de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.

Desse grupo, observou-se que as crianças têm apresentado quadros mais graves de dengue. De acordo com a diretora do Ministério da Saúde, Alda Maria da Cruz, pesquisas estão sendo feitas para identificar se há alguma alteração na sequência genética do vírus que o torne mais virulento para essa faixa etária.