A tinta indelével: uma arma contra fraudes eleitorais no México
Descubra como a tinta indelével usada nas eleições mexicanas é uma arma útil contra fraudes.
Em junho de 2024, quando os eleitores do México estiverem decidindo quem será o próximo presidente, um elemento importante marcará sua presença: a tinta indelével “antifraude”. Este pigmento, que tem o objetivo de evitar a duplicação de votos, é utilizado há 30 anos nas eleições do país e é visto como fundamental para garantir a integridade dos resultados.
O papel da tinta indelével
A tinta indelével é usada para marcar os dedos dos cidadãos após eles exercerem seu direito de voto. Segundo a Lei Geral das Instituições e Procedimentos Eleitorais (LGIPE) do México, a presença desta tinta no dia das eleições é obrigatória.
O pigmento é uma substância que reage com o núcleo das células da pele, produzindo uma cor que só é removida quando a pele descasca naturalmente. Dessa maneira, fica impossível para um cidadão votar mais de uma vez.
Produção e certificação da tinta
A produção da tinta indelével está sob responsabilidade do Instituto Politécnico Nacional (IPN), uma das instituições públicas de ensino mais reconhecidas no México. Para garantir a qualidade da tinta, a certificação fica a cargo do Departamento de Sistemas Biológicos da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM), Unidade Xochimilco.
O chefe da unidade produtiva do IPN e responsável pela produção da tinta, Filiberto Vázquez Dávila, ressalta a importância deste pigmento para a segurança do processo eleitoral, ao garantir a inibição da votação dupla.
Uso internacional da tinta indelével mexicana
A tinta desenvolvida pelo IPN não somente é utilizada em eleições mexicanas. A versatilidade e eficiência do pigmento já foram comprovadas em eleições em outros países da América Latina, como El Salvador, Honduras, Nicarágua e República Dominicana.
Para as eleições de 2024, o IPN produzirá 350 mil aplicadores (semelhantes a uma caneta) contendo 15 mL de tinta. Cada caneta virá etiquetada com instruções de utilização e com os logótipos do Politécnico, do Instituto Nacional de Eleições (INE) e da Escola Nacional de Ciências Biológicas (ENCB).
Trata-se, portanto, de um elemento simples, porém essencial, para garantir a lisura e a legitimidade do processo eleitoral mexicano. Sem dúvida, é uma prova de que soluções criativas e eficientes podem contribuir de maneira significativa para o fortalecimento da democracia.
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