“Peter Pan” ou “Deadpool”: Cientistas e agricultores unem forças contra a extinção da espécie
Esforço conjunto de cientistas e agricultores para salvar do perigo de extinção o axolote, um animal único no México conhecido por sua impressionante capacidade de regeneração.
O México é o lar do único animal no mundo conhecido pela sua habilidade de autorregeneração – o axolote. Também chamado de “monstro aquático”, este é um espécime único que tem fascinado tanto a ciência quanto a cultura mexicana. Hoje, o axolote está ameaçado de extinção, o que motivou o trabalho conjunto de cientistas e agricultores para salvá-lo.
Por que o Axolote é único?
“Chamam-lhe monstro aquático porque tem uma forma estranha… diferente do que normalmente vemos”, disse Luis Zambrano, pesquisador do Instituto de Biologia da UNAM, à CNN. Este “monstro aquático” possui uma regeneração tão impressionante que, se “praticamente qualquer órgão” de seu corpo for cortado, ele se regenera.
“Se um pássaro cortar um dos seus membros, ele volta a ter um membro. Se perder um olho, pode voltar a ter um olho.” Para além disso, também é conhecido como o Peter Pan do mundo animal, pois nunca envelhece. “Este não se transforma; permanece juvenil durante toda a vida e pode se reproduzir. Tem um DNA dez vezes maior do que o de um ser humano”, explica Zambrano.
Xochimilco, o refúgio dos Axolotes
O habitat do axolote é Xochimilco, a única zona úmida que sobrevive na cidade do México desde a época dos astecas. No entanto, a contaminação da água, o deslocamento de espécies e a urbanização começaram a afetar esse ecossistema, colocando o Axolote em perigo de extinção. Em menos de duas décadas, a população de axolotes caiu de 6.000 indivíduos por quilômetro quadrado para apenas 36.
Ação de Preservação
Para reverter essa situação, uma equipe de pesquisadores trabalha em um laboratório com uma colônia de 120 axolotes. O objetivo é transformar as ilhas de lama de Xochimilco, conhecidas como chinampas, em um habitat seguro para axolotes. Para isso, estão sendo criadas barreiras para impedir a passagem de carpas e tilápias, espécies invasoras que afetam a biodiversidade local. Após garantir que não existem mais essas espécies nos canais, é iniciado um processo de reabilitação com o plantio de vegetação.
Mais do que a sobrevivência dos Axolotes
Os esforços vão além da sobrevivência dos axolotes e pretendem restaurar todo o ecossistema que os envolve. Zambrano considera que se conseguir restaurar o axolote, graças à vontade política e social, isso indicaria que ainda há esperança. “Se valorizarmos o nosso ambiente, se valorizarmos a nossa biodiversidade, então é essa biodiversidade que nos permitirá sobreviver”, concluiu.
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