Intenção de Consumo das Famílias registra queda novamente
Segundo os dados, o indicador fechou o mês com 105,7 pontos, representando uma redução de 0,5% em relação ao mês anterior
O índice que mede a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), calculado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), apresentou uma queda em fevereiro pelo terceiro mês seguido.
Segundo os dados, divulgados nesta terça-feira, 20, o indicador fechou o mês com 105,7 pontos, representando uma redução de 0,5% em relação ao mês anterior.
Apesar da queda observada entre janeiro e fevereiro, é válido destacar que o patamar identificado é 10,4% maior se comparado ao mesmo período do ano passado
De acordo com a CNC, a redução na intenção de consumo se deve ao fato de que as famílias estão priorizando o pagamento e a redução de dívidas em vez de realizar novas aquisições.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, explicou em relatório que, apesar das taxas de juros mais favoráveis, a busca por crédito por parte das pessoas físicas vem desacelerando em relação aos resultados do ano passado, indicando uma menor procura por esses recursos.
Queda na inadimplência reflete a busca por ajuste financeiro
Segundo Tavares, ao analisar a redução da inadimplência, é possível concluir que as famílias estão aproveitando o crédito mais acessível para equilibrar seus orçamentos, em vez de acumular mais dívidas por meio do consumo.
A CNC acredita que essa busca pela redução das dívidas, ao invés do aumento do consumo, não deve ser encarada como um fato negativo. Pelo contrário, demonstra uma maior conscientização das famílias brasileiras em relação às suas finanças.
A atenção das famílias em relação ao planejamento financeiro tem apresentado resultados no mercado de crédito. Apesar de enfraquecer o consumo, a intenção de compra permanece melhor do que nos anos anteriores, ressalta o relatório.
Inflação controlada impacta positivamente
A pesquisa, que é realizada em todo o país com uma amostra de 18 mil consumidores, leva em consideração sete indicadores: emprego, renda, nível de consumo (condições atuais), perspectiva de consumo e perspectiva profissional (expectativas para três meses à frente), acesso ao crédito e momento atual para aquisição de bens duráveis.
Em fevereiro, o único indicador que registrou alta foi o da renda atual. O estudo aponta que a inflação controlada contribuiu para um aumento na renda real das famílias, proporcionando um maior poder de compra aos consumidores e aquecendo o comércio. Além disso, destaca-se o crescimento constante da população empregada, o qual também influenciou no aumento da massa salarial e disponibilidade de recursos para o consumo.
Diferença entre faixas de renda
A queda na intenção de consumo em fevereiro foi liderada principalmente pelas famílias com renda abaixo de dez salários-mínimos (até R$ 14.120), que apresentaram uma redução de 0,6%. Já para os grupos familiares com renda acima de dez salários-mínimos, a queda foi de 0,1%.
A CNC avalia que as famílias de menor renda, por estarem mais endividadas, estão priorizando o ajuste do orçamento. Enquanto isso, as famílias com maiores rendimentos já enxergam melhoras no consumo futuro.
Com informações da Agência Brasil
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