Amorim, do Itamaraty paralelo, diz que “non grata é Israel”
Amorim rebateu nesta segunda-feira, 19, a decisão de Israel de declarar Lula persona non grata no país
Celso Amorim (à esquerda na foto), assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, rebateu nesta segunda-feira, 19, a decisão de Israel de declarar Lula persona non grata no país até que o presidente brasileiro retire o que disse, referindo-se à comparação entre a ofensiva militar de Israel em Gaza e o Holocausto.
Ao blog da jornalista Andréia Sadi, no G1, o ex-chanceler afirmou que “non grata é Israel”.
“Isso é coisa absurda. Só aumenta o isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é Israel”, disse.
O Itamaraty, responsável formal pela política externa brasileira, ainda não se manifestou sobre o assunto. O Ministério das Relações Exteriores, comandado por Mauro Vieira, pretendia aguardar a reunião do embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, com Israel para se manifestar sobre as declarações de Lula.
Lula não é bem-vindo em Israel
Em visita ao memorial do Holocausto, onde se reuniu com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, disse nesta segunda, 19, que o presidente Lula não é bem-vindo em Israel.
“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – digam ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, afirmou.
Quem mais defendeu Lula?
Além de Celso Amorim, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, endossou as declarações de Lula em viagem à Etiópia.
Para a parlamentar, as palavras do presidente brasileiro foram “claramente” dirigidas ao governo israelense e, sem citar as vítimas israelenses dos ataques de 7 de outubro de 2023, ela afirmou que “nada é tão cruel quanto o que vem sofrendo o povo palestino”.
O líder do MST, João Pedro Stélide, também elogiou a “coragem” de Lula por comparar a operação militar de Israel em Gaza ao Holocausto.
“Saúdo a coragem de nosso presidente Lula que comparou o que os sionistas estão fazendo agora em Gaza com o nazismo. Um genocídio injustificável desse governo direitista de Israel e que envergonha o povo judeu no mundo”, afirmou.
Os ataques de Amorim a Israel
Amorim, que chegou a defender em livro o papel do Hamas no Oriente Médio, tem responsabilizado Israel pelos ataques sofridos em 7 de outubro de 2023.
Na Conferência Humanitária Internacional pela População de Gaza, que aconteceu em novembro de 2023 em Paris, o assessor especial de Lula repetiu críticas à ação de defesa de Israel, que sofreu o pior ataque terrorista da sua história.
Na ocasião, Amorim classificou a ação militar israelense em seu pronunciamento como “genocídio” e reivindicou um cessar-fogo unilateral, sem explicitar contrapartidas do Hamas.
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