Crusoé: Lula vai levar um puxão de orelha de Blinken?
Secretário de Estado americano, cujo avô fugiu dos pogroms e o padrasto esteve em campos de concentração, vai se encontrar com o petista nesta semana
O presidente Lula, que foi declarado “persona non grata” em Israel nesta segunda, 19, terá um encontro nesta semana em Brasília com o secretário de Estado americano Antony Blinken, que é judeu.
Blinken já esteve cinco vezes em Israel (foto) desde o atentado terrorista do Hamas, em 7 de outubro. Na primeira vez, na semana posterior ao ataque, ele afirmou: “Meu avô, Maurice Blinken, fugiu dos pogroms na Rússia. Meu padrasto, Samuel Pisar, sobreviveu aos campos de concentração — Auschwitz, Dachau, Majdanek“, afirmou Blinken. “Como secretário de Estado, como judeu, eu entendo no nível pessoal as repercussões angustiantes do massacre do Hamas para os judeus israelenses e para os judeus em todos os lugares. Eu também venho até vocês como marido, pai de crianças pequenas.”
Desde os ataques, os Estados Unidos têm mantido uma posição oscilante com Israel. O país deu todo apoio militar necessário na guerra contra o Hamas, mas Biden tem dado declarações pedindo contenção do governo de Benjamin Netanyahu. Os Estados Unidos também buscaram punir colonos judeus na Cisjordânia.
Mas as declarações de Lula, comparando a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto de judeus na Segunda Guerra Mundial pode ter cruzado uma linha vermelha. E será importante acompanhar os gestos de Blinken em sua visita ao Brasil.
Nesta segunda, o ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, encontrou-se com o embaixador brasileiro, Frederico Meyer, no Memorial do Holocausto, em Jerusalém.
Katz pediu o encontro para constranger o embaixador brasileiro e para reprimir as declarações atrapalhadas de Lula.
“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – digam ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, afirmou o ministro.
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