Tropas de Maduro se mobilizam perto da fronteira com a Guiana
Imagens de satélite confirmam que a Venezuela está reforçando sua presença militar perto da região disputada de Essequibo
Imagens de satélite divulgadas pelo Centro de Estudos Estratégicos (CSIS, na sigla em inglês), confirmaram que a Venezuela está, desde novembro de 2023, reforçando sua presença militar na fronteira com a Guiana, perto da região de Essequibo.
Nas imagens, é possível ver o aumento de obras e a presença de equipamentos militares na ilha de Anacoco, em local de mata fechada próximo da fronteira com a Guiana. Várias regiões de floresta tropical foram desmatadas recentemente para a construção de novas infraestruturas. Também é possível observar a presença de veículos blindados no local.
O governo da Guiana se manifestou no sábado, 10, sobre as imagens de satélite feitas por países aliados e afirmou que o regime de Nicolás Maduro está violando o Acordo de Argyle, assinado em dezembro e no qual os dois países concordaram em não usar a força ou ameaçar um ao outro.
As negociações foram intermediadas pelo Brasil e pelos governos caribenhos.
Na semana passada, a ExxonMobil, empresa de exploração de petróleo americana, anunciou novas explorações na área em disputa. O regime de Maduro viu no anúncio uma ameaça.
“Se a ExxonMobil tiver uma empresa de segurança privada representada pelo Comando Sul e uma pequena filial no governo da Guiana, bom para eles, mas no espaço marítimo que pertence legitimamente à Venezuela, eles receberão uma resposta proporcional, enérgica e legal”, escreveu o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, no X.
Referendo de Maduro
As tensões entre Guiana e Venezuela aumentaram devido a um referendo realizado pelo regime de Nicolás Maduro no início de dezembro.
Na votação, cerca de 95% dos cidadãos venezuelanos se declararam a favor da anexação da área e da criação de um estado venezuelano em Essequibo.
O governo da Guiana afirma que essa consulta popular visa a anexar Essequibo. A Corte Internacional de Justiça (CIJ) também declarou que a anexação seria ilegal. Antes mesmo do referendo ocorrer, a Guiana rejeitou essa medida e solicitou à CIJ uma ordem de emergência para interromper a consulta.
A corte ordenou ao governo do ditador Maduro que se abstivesse de tomar medidas que agravassem a disputa sobre Essequibo. No entanto, a Venezuela mais uma vez ignorou a jurisdição da CIJ para resolver o litígio.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)