Protesto de agricultores na Polônia paralisa estradas e fronteiras
Agricultores poloneses protestam contra políticas da União Europeia, bloqueando estradas e fronteiras.
Agricultores poloneses iniciaram greve geral nesta sexta-feira (9) para protestar contra as políticas agrícolas da União Europeia e a falta de ação de seu próprio governo para proteger seus meios de subsistência. A insatisfação é particularmente significativa em relação ao impacto das importações de alimentos baratos da vizinha Ucrânia.
A greve, que pretende durar um mês, levou ao bloqueio de estradas em todo o país e nos postos de fronteira com a Ucrânia, causando um impacto significativo na circulação de veículos. No posto de fronteira de Medyka, por exemplo, cerca de 100 fazendeiros e 50 carros bloquearam a passagem, disse o porta-voz do serviço de fronteira ucraniano, Andriy Demchenko. Relatos da mídia polonesa indicam que mais de 250 bloqueios semelhantes acontecem por todo o país.
Agricultores da UE contrários às medidas de combate às mudanças climáticas
Os protestos agrícolas não são restritos apenas à Polônia. Agricultores de vários países da União Europeia, incluindo França, Bélgica, Portugal, Grécia, Espanha e Alemanha vêm se manifestando contra as restrições impostas a eles pelas medidas da UE para combater as mudanças climáticas. Estes agricultores também lamentam o aumento dos custos de produção e apontam para uma concorrência desleal com países que não implementaram medidas ambientais semelhantes.
“Hoje toda a Europa está pegando fogo. Chegou o Acordo Verde, que destruiu nosso pensamento sobre a agricultura”, disse Wieslaw Gryn, um dos manifestantes poloneses. “Não somos contra soluções pró-ecológicas, mas elas devem ser acordadas com os agricultores.”
Reação do governo polonês
O ministro da Agricultura da Polônia, Czeslaw Siekierski, reconheceu os desafios que os agricultores estão enfrentando, mas manifestou o desejo que os protestos sejam organizados de forma a ser “o menos oneroso para os cidadãos”. Ele também apontou que as preocupações dos agricultores sobre a entrada excessiva de produtos ucranianos e de outros mercados não europeus na Polônia e na UE são legítimas.
Enquanto isso, movimentos sindicais, como o conhecido Solidariedade, já anunciaram que os protestos, apesar das considerações do governo, continuarão. O sindicato informou que, além do bloqueio das passagens de fronteira com a Ucrânia, planeja realizar bloqueios de estradas em toda a Polônia até o dia 10 de março.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)