Ideólogo de Putin amplia influência no Brasil, revela estudo
Relatório britânico detalha conexões de Aleksandr Dugin com acadêmicos brasileiros
Um relatório divulgado pela ONG britânica Centre for Information Resilience, e divulgado pela revista Veja, expõe a extensa rede de influência do governo russo no Brasil, liderada por Aleksandr Dugin, o “guru ideológico” de Vladimir Putin.
O documento mapeia as conexões de Dugin no país, abrangendo suas visitas e sua rede acadêmica e de seguidores, enfocando indivíduos em posições-chave no debate ideológico que promoveram ativamente suas ideias radicais.
Segundo o relatório, Dugin possui laços importantes com pelo menos seis grandes universidades brasileiras, incluindo a Universidade de São Paulo (USP), a Escola Superior da Guerra (ESG) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Além destas conexões, a Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS sediou eventos financiados por uma fundação russa ligada a Dugin.
O estudo aponta que Dugin foi o palestrante principal em eventos no Brasil e colaborou em publicações com acadêmicos locais, estabelecendo uma rede “privilegiada, prestigiada, bem posicionada e conectada”. Esta rede seria capaz de influenciar tanto esferas de poder quanto a opinião pública.
A pesquisa também critica, segundo a matéria, as redes sociais por falharem na moderação de conteúdos extremistas, especialmente em idiomas que não o inglês, o que beneficia as ideias de Dugin. O ideólogo russo é conhecido por seu livro “Fundamentos da Geopolítica”, que propõe a criação de um império eurasiano e incentiva a desestabilização interna dos Estados Unidos através de separatismos e conflitos.
Dugin, que já viajou ao Brasil em 2012 e 2014, participou da fundação de um centro de estudos em São Paulo e esteve envolvido em eventos e publicações com acadêmicos da ESG. Sua presença também foi mencionada em um evento cancelado em 2022 na UERJ, após pressão pública, e em uma revista da ESG que incluiu um artigo seu em abril de 2023.
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