Pensando em transparência e segurança para seus usuários, a Meta lançou uma ferramenta inovadora: ela será capaz de identificar e rotular conteúdo que foi gerado por Inteligência Artificial (IA) nas plataformas Facebook, Instagram e Threads. A iniciativa, que foi anunciada recentemente por Nick Clegg, responsável por assuntos internacionais da Meta, surge numa época em que os usos da IA estão cada vez mais diversificados e em grande escala.

A ferramenta, baseada na própria Meta IA lançada em dezembro, responde a preocupações acerca do uso indiscriminado de IA para gerar desinformação e influenciar processos políticos. Segundo dados recentes, quase metade da população mundial irá votar em eleições em 2024, daí a importância de ferramentas que minimizem a proliferação de conteúdo manipulado ou falsificado.

Aplicações além das fronteiras da Meta

Nick Clegg também revelou que a empresa pretende expandir o uso da ferramenta para identificar conteúdos gerados por ferramentas de outras empresas, como Google, OpenAI, Microsoft, Adobe, Midjourney ou Shutterstock. Segundo Clegg, a construção dessa extensão da ferramenta já está em andamento e nas próximas meses deveremos ver etiquetas em todos os idiomas compatíveis com cada aplicativo. A ideia é trazer mais transparência para o usuário em relação à origem do conteúdo que consome.

Além disso, a ação da Meta não se limita aos riscos associados à manipulação política. A proliferação descontrolada de conteúdos degradantes é outro problema que poderá ser mitigado por essa ferramenta, como no caso das deepfakes pornográficas, que afetam tanto celebridades quanto pessoas anônimas.

Transparência e colaboração no cenário da IA

Embora Clegg reconheça que a ferramenta não irá eliminar completamente a produção de imagens falsas, ele acredita que certamente ajudará a minimizar a sua proliferação. Ele também revelou a disponibilidade da empresa em compartilhar de forma ampla sua tecnologia aberta, com o intuito de incentivar a indústria a trabalhar em conjunto e desenvolver padrões comuns de atuação.

Essa preocupação em regular o uso da tecnologia de IA não é exclusiva da Meta. Em janeiro, a empresa californiana OpenAI, que desenvolveu o gerador de textos do ChatGPT, anunciou medidas para combater a desinformação e ressalvou não permitir o uso de suas tecnologias para fins políticos.

Com essa nova ferramenta da Meta, os usuários das diversas redes sociais conectadas podem sentir-se um pouco mais seguros e informados em relação ao conteúdo que acessam e consomem, o que pode significar um importante marco na luta contra a desinformação e a manipulação na era digital.