O ex-primeiro ministro do Paquistão, Imran Khan, e sua esposa, Bushra Bibi, foram condenados a sete anos de prisão depois que seu casamento foi considerado ilegal e contrário aos preceitos do Islã. O casamento ocorreu em 2018, meses antes de Khan ser eleito primeiro-ministro. Khan, que já está preso por corrupção, acredita que as inúmeras acusações contra ele têm motivação política.

Julgamento dentro da prisão

O processo contra o casal foi julgado dentro da prisão Adiala em Rawalpindi, onde o ex-primeiro ministro está cumprindo suas sentenças anteriores. A queixa foi apresentada pelo ex-marido de Bibi, que alegou que o casamento desta com Khan foi uma fraude.

Segundo a lei muçulmana, as mulheres são proibidas de se casar novamente por alguns meses após a morte ou o divórcio do marido. O tribunal concluiu que Bibi se casou novamente antes do final desse prazo estipulado após seu divórcio.

Passado disputado e acusações de corrupção

A além da sentença de sete anos, o tribunal também impôs uma multa de 500.000 rúpias (correspondente a 1.800 dólares ou 1.420 libras) a Khan e Bibi. Bibi, uma curandeira espiritual acredita-se estar em seus 40 anos, sempre usa um véu em público e é a terceira esposa de Khan.

Antes dela, Khan teve um casamento de nove anos com a socialite britânica Jemima Goldsmith, com quem teve dois filhos, e posteriormente, um casamento de menos de um ano com a jornalista da BBC, Reham Khan.

Nesta semana, Khan também foi condenado a 10 anos de prisão por vazamento de documentos classificados. O ex-primeiro-ministro está detido desde agosto do ano passado. O partido de Khan, o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), afirma que ele foi julgado por “tribunais marciais”. Com tantas sentenças contra Khan, muitos questionam a credibilidade das eleições da próxima semana, com muitos líderes do PTI atrás das grades ou se desfiliando do partido.

Previsões para as próximas eleições

Diante deste cenário, o homem cotado para vencer as próximas eleições é o também ex-primeiro ministro Nawaz Sharif, que foi preso por corrupção antes das eleições de 2018 que Imran Khan ganhou. Muitos analistas afirmam que Sharif é agora favorecido pela poderosa instituição militar do Paquistão.