O cartunista Laerte e as bobagens ditas no Brasil e nos Estados Unidos
A quantidade de bobagens que está sendo dita nos Estados Unidos e no Brasil sobre os atentados em Paris é espantosa. De acordo com a Folha de S. Paulo, um americano criou um hashtag no twitter chamado "JeNeSuisPasCharlie", para contrapor-se ao "JeSuisCharlie". Nem vale a pena analisar, porque se trata do esquerdismo mais ordinário, o mesmo que contamina a USP, a UERJ e a PUC paulistana, entre outras universidades brasileiras.
A quantidade de bobagens que está sendo dita nos Estados Unidos e no Brasil sobre os atentados em Paris é espantosa. De acordo com a Folha de S. Paulo, um americano criou um hashtag no twitter chamado “JeNeSuisPasCharlie”, para contrapor-se ao “JeSuisCharlie”. Nem vale a pena analisar, porque se trata do esquerdismo mais ordinário, o mesmo que contamina a USP, a UERJ e a PUC paulistana, entre outras universidades brasileiras.
Outro americano de origem árabe, Ahmed Hussein, criou o “JeSuisAhmed”, para lembrar que o primeiro policial a ser morto foi Ahmed Merabet. Até aí, quase tudo bem… A explicação dele, no entanto, ultrapassa as fronteiras da imbecilidade: “As pessoas dizem que são a favor da liberdade de expressão, culpam o Islã, mas poucas delas reconhecem que a primeira vítima do ataque foi um muçulmano. Quero ter a certeza de que sabem”, disse ele à Folha de S. Paulo.
Vamos lá: Ahmed Merabet NÃO foi a primeira vítima. Os irmãos Kouachi mataram antes os jornalistas e chargistas do Charlie Hebdo. Evidentemente, a ordem das mortes não altera o resultado trágico. Mas a frase inteira é cretina, sem pé nem cabeça. Merabet, coitado, foi morto POR CAUSA de um atentado à liberdade de expressão cometido por terroristas fundamentalistas do ISLÃ. É tão difícil ver isso? Mais: para fundamentalistas como os Kouachi, que estavam a soldo da Al-Qaeda (como o próprio Chérif Kouachi afirmou em entrevista à BFMTV), um muçulmano pertencente aos quadros da polícia francesa é considerado um “traidor”, digno da pior morte possível — O Antagonista aventa até a hipótese de que Merabet foi executado como um animal justamente porque reconheceram a sua origem árabe e e o seu credo muçulmano.
No Brasil, o cartunista Laerte deu uma entrevista a Morris Kachani. Em certos momentos, Laerte confunde alhos com bugalhos, mas ele é um sujeito culto e tem algumas opiniões sensatas. E, por isso mesmo, a sua entrevista é triste. Como pode Laerte afirmar que o objetivo dos terroristas Kouachi “não era atacar a liberdade de expressão”, “que o jihadismo não tem a pretensão de controlar a liberdade de expressão na França”? Ah, não? Quando alguém se sente no direito de entrar numa redação do jornal e matar doze pessoas, porque a publicação fazia charges de Maomé, isso é o que exatamente, se não punir quem exerce a liberdade de expressão e intimidar quem se aventurar a fazê-lo?
Os fundamentalistas islâmicos não querem apenas atacar a liberdade de expressão. Querem atacar a democracia ocidental, exterminá-la. Essa não é uma conclusão de O Antagonista. Ê o que dizem a Al-Qaeda e o Estado Islâmico. Entendeu Laerte, ou quer que nós desenhemos? Ah, não, desenhar não pode…
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