A corrida de Tebet para fechar relações comerciais com a Bolívia
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre terão rodovias espaço para ampliar o comércio e as relações de turismo
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, tem tentado articular relações comerciais com a Bolívia.
Tebet tem usado as duas rotas de integração sul-americana que beneficiam diretamente o país vizinho como um gancho.
A tentativa de Tebet influencia o setor de insumos para a produção de fertilizantes. Produtos como ureia, cloreto de potássio e NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) produzidos na Bolívia são de interesse brasileiro.
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre terão rodovias espaço para ampliar o comércio e as relações de turismo e culturais entre os dois países.
Na quarta-feira (31), Tebet conversou com o ministro de Hidrocarbonetos e Energias da Bolívia, Franklin Ortiz, sobre o projeto de integração sul-americana.
Inicialmente, a conexão não será apenas rotas rodoviárias ou de hidrovias, mas outras formas de integração, como a energética e a conectividade digital.
“O Brasil possui capacidade técnica e recursos para desenvolver cadeias produtivas na área de nitrogenados. a Bolívia possui grandes reservas de gás natural, insumo fundamental para a produção dos nitrogenados, além de minerais usados em outros tipos de nutrientes. A implementação do memorando será conduzida por um grupo de trabalho conjunto, composto por representantes das áreas técnicas, que terá a responsabilidade de elaborar um plano estratégico de cooperação”, pontua o Ministério Planejamento e Orçamento, em nota.
O texto completa.
“Duas das cinco rotas de integração sul-americana beneficiam diretamente a Bolívia e os Estados brasileiros na fronteira com o país vizinho”, frisa.
A integração
O governo brasileiro retomou o plano de união sul-americana pela infraestrutura. O Brasil apresentou aos países vizinhos um plano com 124 projetos em 11 estados fronteiriços.
O projeto conta com apoio bilionário de organismos internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a antiga Corporação Andina de Fomento (CAF), além do BNDES.
Todas as obras foram incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Serão cinco rotas de integração e desenvolvimento:
- Rota da Ilha das Guianas: inclui integralmente os estados do Amapá e de Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, sendo fronteiriça com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela.
- Rota Multimodal Manta-Manaus: contempla inteiramente o estado Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligando-se por via fluvial a Colômbia, Peru e Equador.
- Rota do Quadrante Rondon: formado pelos estados do Acre e de Rondônia, por toda a porção oeste de Mato Grosso, com conexões via Bolívia e Peru.
- Rota de Capricórnio: desde os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, ao Paraguai, Argentina e Chile.
- Rota Porto Alegre-Coquimbo, abrangendo o Rio Grande do Sul, integrada à Argentina, ao Uruguai e ao Chile.
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