Copom: risco de inflação alta freia corte mais acelerado nos juros
Banco Central decidiu executar mais um corte nos juros. A redução foi de 0,5 ponto percentual
Após o primeiro corte na taxa básica de juros (Selic), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ressaltou que a inflação continua como um impeditivo para quedas mais aceleradas.
Segundo o comitê, em seus cenários para a inflação, “permanecem fatores de risco em ambas as direções”.
A primeira reunião de 2024 o Banco Central decidiu executar mais um corte nos juros. A redução foi de 0,5 ponto percentual. Com isso, o patamar do indicador passou de 11,75% ao ano, para 11,25%.
Essa é a quinta queda consecutiva, desde que o ciclo de redução teve início, em agosto de 2023. A decisão foi unânime.
A decisão foi divulgada pela autarquia pouco após o fechamento dos mercados no início da noite esta quarta-feira (31).
Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se uma maior persistência das pressões inflacionárias globais; e uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado.
Os riscos de uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada também está no radar do Copom. Além dos impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
“O Comitê avalia que a conjuntura, em particular devido ao cenário internacional, segue incerta e exige cautela na condução da política monetária”, salientou.
A tendência, segundo o Banco Central, são novos cortes de 0,50 ponto percentual nos juros básicos do país nas próximas reuniões do Copom.
Ao menos mais duas vezes, a Selic cairá meio ponto, indica o comunicado do Banco Central. Na reunião agendada para 8 de maio, provavelmente, a taxa básica chegará aos 10,75%.
O Copom alertou que o ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e por sinais de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, destacou.
Na última reunião de 2023, em dezembro, o Copom cortou a taxa básica de juros de 12,25% para 11,75%, sempre em termos anuais.
O ciclo de aperto monetário do Banco Central começou em março de 2021 e seguiu até agosto de 2022, após 12 altas seguidas.
Antes do início do arrocho, a taxa estava congelada em 2%, menor patamar, desde agosto de 2020.
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