Pacheco pede ao STF lista de parlamentares espionados pela Abin
Segundo as investigações da Polícia Federal, a espionagem era feita com o software israelense "First Mile"
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu ao Supremo Tribunal Federal uma lista de parlamentares que foram monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo as investigações da Polícia Federal, a espionagem era feita com o software israelense “First Mile”.
“Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência, dada a gravidade que um fato dessa natureza representa”, disse Pacheco nesta segunda-feira, 29.
Ainda na manhã desta segunda, a PF realiza uma nova ação contra suspeitos de terem espionado autoridades do Legislativo e Judiciário. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é um dos alvos da operação.
Agentes da PF cumprem mandados de busca e apreensão no gabinete do vereador na Câmara Municipal e em sua residência na Barra da Tijuca. Outros mandados estão sendo cumpridos em Brasília, Formosa (GO) e Salvador.
Entre os materiais apreendidos na casa do filho do ex-presidente estão um laptop, um pendrive, cartões de memória e mídia.
Segundo apurou O Antagonista junto a policiais federais, há a suspeita de que alguns relatórios paralelos da Abin foram produzidos a pedido do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) justamente para atacar adversários políticos com uma estrutura montada no Palácio do Planalto.
Tudo sem autorização judicial.
Nesta nova fase, a PF busca identificar os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente pela Abin por meio de ações clandestinas. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos, a espionagem atingiu 30 mil brasileiros.
A suspeita da PF é que houve o mesmo modus operandi nos dois casos: a Abin produzia os relatórios, repassava o material para Carlos Bolsonaro e, em seguida, ele determinava as ações de linchamento virtual nas redes sociais.
Segundo a PF, a operação desta segunda-feira “busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas.”
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