No início deste ano, o governo federal realizou uma atualização no valor do salário mínimo.

Com o reajuste, que passou de R$ 1.320 para R$ 1.412, a tabela do Imposto de Renda teve um impacto significativo.

Dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) apontam que quem ganha mais de dois salários mínimos agora está sujeito à tributação.

Como a faixa de isenção do Imposto de Renda não foi reajustada, pessoas com renda a partir de dois salários mínimos agora excedem o valor de isenção que é de R$ 2.640.

Isso acontece porque, com o novo salário mínimo, a renda de quem recebe dois salários mínimos aumentou para R$ 2.824 — um valor superior à faixa de isenção.

Defasagem na tabela de isenção do Imposto de Renda – O que a Unafisco propõe?

De acordo com a Unafisco Nacional, a tabela do Imposto de Renda está defasada em 159,57% em todas as faixas de renda.

A defasagem na faixa de isenção é de 134%.

Isso significa que a parcela de tributação para quem ganha até R$ 2.112 deveria ser isenta.

A defasagem foi calculada como a diferença entre a atualização dos valores pela inflação e o valor mantido constante pelo governo nas faixas.

Essa diferença fez com que a quantidade de contribuintes isentos diminua, enquanto o número de pessoas tributadas aumente.

A tabela atualizada da Unafisco propõe que o valor da faixa de isenção seja elevado para R$ 4.942,29 ao mês. Isso permitiria que 33 milhões de pessoas entrassem nesta faixa.

Atualmente, o número de contribuintes com direito à isenção é de 19,5 milhões.

Revisão da tabela do Imposto de Renda

Diante do impacto do reajuste do salário mínimo na tabela do Imposto de Renda, a Unafisco defende uma revisão da tabela.

Com a atualização, a intenção é de fazer com que a quantidade de contribuintes isentos esteja de acordo com a realidade atual, evitando assim, que mais pessoas sejam tributadas injustamente.

Os dados da Unafisco sugerem uma necessidade de reajuste na tabela do Imposto de Renda, levando em conta a atual conjuntura econômica do país, especialmente no que tange ao salário mínimo.