Pacheco rebate ataque de Valdemar: “Não organiza a oposição”
Presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vem sendo cobrado pela oposição a defender os parlamentares alvos da Polícia Federal...
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), respondeu nesta quinta-feira, 25, aos ataques do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Mais cedo, o chefe do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o senador era “frouxo” e “omisso” por permitir as ações da Polícia Federal no Congresso, e por não dar andamento ao pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Pacheco criticou o cacique do PL afirmando que a defesa do pedido de impedimento do ministro da Corte ocorre publicamente, mas, nos bastidores, Valdemar “passa pano” ao comentar o tema.
“Diálogo difícil”
“Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF”, disse Pacheco em resposta a Valdemar.
Ainda na sua publicação, Pacheco afirmou que o presidente do partido de Jair Bolsonaro defende publicamente o impeachment de ministros do STF, mas nos bastidores “passa pano”. “E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”, completou o presidente do Congresso.
E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema.
— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) January 25, 2024
Em entrevista ao portal UOL, Valdemar afirmou que a operação da PF que mira o deputado Ramagem (PL-RJ) é fruto de perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro. O presidente do PL ainda defendeu o impeachment de Moraes e disse que Pacheco não atua pelos interesses do Parlamento.
“É mais uma perseguição do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas e a direita do país. Mas, isto só ocorre pelo fato de termos um presidente do Congresso frouxo. O Rodrigo Pacheco deveria agir pelo impeachment dele. A função do Ramagem, à frente da Abin sempre foi investigar”, disse Valdemar.
Abin paralela
Agentes da Polícia Federal cumpriram nesta quinta 21 mandados de busca e apreensão no âmbito de investigações do caso da Abin paralela. Dentre os alvos, está o ex-diretor da agência no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem.
Como noticiou O Antagonista quando a espionagem ilegal foi revelada, em março, a Abin na gestão Bolsonaro usou de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem a devida autorização judicial e sem o conhecimento dos alvos.
As buscas desta quinta estão sendo conduzidas tanto no gabinete de Ramagem quanto em seu apartamento funcional na Câmara dos Deputados.
Essa operação, denominada “Vigilância Aproximada, é um desdobramento da operação ”Primeira Milha”, que teve início em outubro com o objetivo de investigar o suposto uso criminoso da ferramenta de espionagem por geolocalização, chamada ”FirstMile”.
Software
As investigações da Polícia Federal apontaram que o software adquirido pelo governo utilizava dados de GPS para monitorar ilegalmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Segundo a gestão da Abin do governo Lula, o programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
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