PF apura se ‘Abin paralela’ bisbilhotou ministros do STF e Rodrigo Maia
A Polícia Federal investiga se a Agência Brasileira de Inteligência foi utilizada, durante a gestão Alexandre Ramagem, para espionar ministros do STF, governadores, senadores e demais aliados do presidente Lula...
A Polícia Federal investiga se a Agência Brasileira de Inteligência foi utilizada, durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), para espionar ministros do STF, governadores, senadores e demais aliados do presidente Lula.
A constituição de uma Abin paralela foi antecipada pela revista Crusoé em 2020.
Nesta quinta-feira, 25, Ramagem foi alvo da PF na operação Vigilância Aproximada. Segundo o órgão, a operação visa desarticular uma “organização criminosa que se instalou na Abin com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial”.
O deputado federal deveria, inclusive, prestar depoimento ao longo do dia, mas pediu para ser ouvido em um segundo momento.
Quais foram as autoridades alvo da Abin paralela?
Pelas informações obtidas junto à PF, entre os políticos que foram espionados pelo software espião FirstMile estão os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF); o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (União-SP) e o atual ministro da Educação e então governador do Ceará, Camilo Santana.
Segundo informações da PF, Moraes e Mendes foram espionados pela suspeita do antigo governo de que ambos atuariam em conjunto com integrantes do PT. Conforme informações da PF, a Abin chegou a utilizar um drone para espionar a residência de Santana, em 2021.
“Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei”, informou a PF em nota.
Uma operação em desdobramento
A operação desta quinta-feira é um desdobramento da operação Última Milha, que foi deflagrada em outubro de 2023 para investigar o uso indevido do software FirstMile.
O software israelense foi adquirido ainda durante o governo Michel Temer, mas a PF apura se Ramagem deu aval para que a ferramenta fosse utilizada para monitorar adversários do governo Bolsonaro a partir de 2020.
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