Na terça-feira, acontecerá uma votação no parlamento holandês sobre um primeiro passo para que o Rei Willem-Alexander e sua família comecem a pagar imposto de renda. A proposta exigiria uma alteração na constituição do país.

“Um envelope azul para sangue azul”, disse Sandra Beckerman, uma parlamentar do Partij Socialista de esquerda, durante um debate sobre o tema na quinta-feira à noite, fazendo referência às cartas de imposto que chegam pelos correios holandeses em envelopes azuis.

Processo para Mudança Constitucional

A moção inicial, que será votada na terça-feira, precisa de uma maioria simples para ser aprovada. Solicita ao governo que proponha uma mudança constitucional que, em última análise, precisará do apoio de dois terços de ambas as casas do parlamento.

Esse tipo de proposta parece ter apoio suficiente na Câmara dos Representantes, mas o nível de apoio no Senado é menos claro. A maioria do Senado, a Movimento do Cidadão Agricultor (BBB), estava se inclinando a apoiar a moção durante o debate na quinta-feira à noite, mas parou antes do apoio completo.

Figuras Políticas Possuem Visões Contraditórias Sobre a Mudança

O polêmico político holandês de extrema-direita Geert Wilders, cujo partido nacionalista venceu uma eleição parlamentar em novembro, mas não detém uma maioria, é favorável à mudança tributária. Por outro lado, essa mudança foi oposta pelo então Primeiro Ministro Mark Rutte durante seu mandato de 13 anos. Rutte reiterou durante o debate sua visão de que uma emenda constitucional seria “muito complicada”.

O Financiamento da Família Real e a Opinião Pública

Os parlamentares a favor de taxar a família real esperam que um novo governo de coalizão – que ainda está para ser formado – possa levar à mudança. A família real recebe dinheiro livre de impostos dos contribuintes, em cima de sua renda privada, parte da qual é taxada.

No ano de 2024, o rei, sua esposa Rainha Maxima, sua filha e futura herdeira Princesa Amalia e sua mãe, a ex-rainha Beatrix, juntos, receberam 11,6 milhões de euros ($12,61 milhões).

A família real perdeu popularidade pelo fato de ter viajado durante a pandemia do COVID. Atualmente, apenas 55% da população apoiam a monarquia, comparado com 70% antes do surto da pandemia, de acordo com uma pesquisa realizada pela emissora pública NOS no ano passado. A mesma pesquisa mostrou que apenas 46% dos respondentes têm confiança no rei.