Coreia do Norte dá mais um passo em direção a conflitos com a do Sul
A península coreana, dividida há mais de três quartos de século, está a enfrentar um aumento nas tensões. Dessa vez...
A península coreana, dividida há mais de três quartos de século, está a enfrentar um aumento nas tensões. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, pediu alterações constitucionais que lhe permitiriam “ocupar” a Coreia do Sul, revelaram os meios de comunicação estatais nesta terça-feira (16).
A aumento das tensões exacerbada pelo lançamento de um satélite espião
O estado de tensão entre as duas Coreias tem-se agravado na sequência do recente lançamento de um satélite espião por parte de Pyongyang. Este ato conduziu à suspensão de um acordo militar com o objetivo de atenuar as tensões fronteiriças.
Por outro lado, nos últimos dias têm ocorrido manobras militares com fogo real e lançamentos de mísseis. Kim, num discurso na Assembleia Suprema do Povo, solicitou a adoção de novas medidas que considerariam formalmente a Coreia do Sul como “o país mais hostil”, de acordo com a KCNA.
Os planos de Kim Jong-un na eventualidade de conflito
No seu discurso, o líder da Coreia do Norte afirmou: “Podemos especificar na nossa Constituição a questão de ocupar completamente, subjugar e recuperar a República da Coreia (nome oficial do Sul) e anexá-la como parte do território da nossa República, no caso de uma guerra estourar”.
Esta postura agressiva quebra os esforços anteriores para um potencial consenso e reconciliação entre os dois países. O líder norte-coreano recentemente declarou Seul como o “principal inimigo” do país e afirmou que as tentativas de reconciliação foram “um erro”.
Ainda que a Constituição de ambos os países reivindique soberania sobre toda a península coreana, a Coreia do Norte tem feito movimentos para fechar diversas agências encarregadas de promover a cooperação e a reunificação entre os dois países.
A resposta da Coreia do Sul
O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, respondeu ao discurso do seu homólogo do norte, argumentando que qualquer provocação do Norte receberia uma resposta “múltiplas vezes mais forte”. Ele enfatizou as “esmagadoras capacidades de resposta” do seu Exército.
Após a realização de exercícios militares com fogo real próximo à tensa fronteira marítima com a Coreia do Sul pela Coreia do Norte, Seul reagiu recorrendo a manobras das suas próprias tropas e evacuando algumas ilhas perto da divisão territorial.
O quadro mais amplo
Os dois países têm estado tecnicamente em guerra desde a Guerra da Coreia (1950-1953), que terminou com um armistício e não com um tratado de paz. A tensão atual reflete o contínuo antagonismo e a contestação de soberania sobre toda a península.
A recente escalada de tensões e a crescente retórica beligerante sinalizam tempos sombrios para quaisquer esperanças de paz na península coreana. Nunca antes as possibilidades de uma eventual reconciliação e uma retórica menos agressiva entre as duas Coreias pareceram tão distantes.
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