Crusoé: “Como as democracias morrem”
Ao comprar uma briga com o frágil Estado do Equador, organizações criminosas ligadas ao narcotráfico geram uma crise de segurança que coloca em xeque a democracia do país, diz Crusoé...
Ao comprar uma briga com o frágil Estado do Equador, organizações criminosas ligadas ao narcotráfico geram uma crise de segurança que coloca em xeque a democracia do país, diz Crusoé.
“Com o tamanho do estado do Rio Grande do Sul, o Equador já tinha o costume de virar notícia quando as coisas davam errado. O país foi um dos que pior enfrentaram a pandemia de Covid, não tem dinheiro para pagar a dívida com o Fundo Monetário Internacional, FMI, tem sido palco de protestos políticos e teve um presidente deposto em um processo de impeachment no ano passado. Mas nada disso colocou tanto em xeque a democracia do Equador quanto a crise de segurança que tomou conta do país nesta semana, após organizações criminosas ligadas ao narcotráfico fazerem o país inteiro de refém.”
“O caos começou quando José Adolfo Macías, o Fito, líder da facção Los Choneros, fugiu da cadeia na noite de domingo, 7 de janeiro. Com rebeliões se espalhando por várias cadeias e criminosos tomando as ruas, o presidente Daniel Noboa, que cumpre um mandato tampão, decretou um estado de exceção com toque de recolher das 23h às 5h. A situação se agravou e chegou ao ponto, na terça, 9, de 13 homens encapuzados invadirem o estúdio de um canal de televisão pública em Guayaquil durante transmissão ao vivo. Noboa, então, convocou um estado de ‘conflito armado interno’, autorizando as Forças Armadas a entrar em combate direto com 22 organizações criminosas. Até a quinta, 11, a violência resultou em 15 mortes e 40 sequestros, incluindo o de um brasileiro, libertado na quarta, 10. Cerca de 330 suspeitos foram detidos. Quase duzentos agentes penitenciários foram feitos de reféns.”
“Brasileiro radicado no Equador há 10 anos, o escritor Julio Almada relatou a Crusoé que conhecidos presenciaram assaltos a supermercados e a ônibus em Quito, onde mora. ‘Isso não era comum no Equador e tudo aconteceu na terça, 9. As pessoas se assustaram muito’, disse Almada. Para o brasileiro, a invasão ao estúdio de televisão em Guayaquil teve impacto nacional: ‘Isso foi televisionado ao vivo. O país inteiro viu, o que provocou comoção e caos imediato’.”
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