Pioneiros ou inconsequentes? Noruega aprova exploração de minério após aviso de autoridades
Mesmo após autoridades alertarem para os riscos ambientais severos da ação, Noruega aprova medida e vai começar a explorar o Mar Ártico
O parlamento da Noruega concordou recentemente em permitir a exploração de cerca de 280 mil quilômetros quadrados do fundo marinho do Ártico. Esta área é maior do que o Reino Unido e já suscitou preocupações de ambientalistas e cientistas em todo o mundo.
Enorme reserva de metais e minerais
No ano passado, um estudo realizado na Noruega descobriu uma enorme quantidade de metais e minerais, como cobre, cobalto, zinco e ouro, no fundo marinho. Os defensores da exploração desses recursos argumentam que esta medida permitirá uma transição mais rápida para uma economia de baixo carbono. Além disso, afirmam que a mineração no fundo do mar poderia ter um custo ambiental menor do que a mineração em terra.
Preocupações ambientais
Por outro lado, esta decisão tem provocado uma série de preocupações. Cientistas, políticos e grupos ambientalistas têm se preocupado com os potenciais danos que a exploração poderia causar à vida marinha. A fauna do Ártico já está sofrendo com a poluição, pesca de arrasto e crises climáticas. “É um grande passo na direção errada”, disse Frode Pleym, chefe do Greenpeace Noruega, em uma entrevista à CNN.
Impacto na biodiversidade marinha
O fundo marinho do Ártico, situado entre a Noruega e a Groelândia, abriga um grande número de espécies marinhas, incluindo muitas ainda desconhecidas. “Não sabemos o que corremos o risco de perder pela mesma razão que não sabemos o que o mar profundo nos reserva“, alertou Pleym. Esta preocupação é compartilhada por muitos especialistas ao redor do mundo.
Desafios e debates futuros
Apesar das preocupações, a decisão do parlamento norueguês é apenas o primeiro passo para a exploração efetiva do fundo marinho do Ártico. O governo norueguês ainda terá que aprovar a emissão de licenças de mineração para iniciar as operações. Além disso, esta decisão surge no contexto de um debate maior sobre se as águas internacionais deveriam ser abertas à mineração marinha. A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, afiliada à ONU, deverá finalizar as regras sobre esta questão em 2025.
Enquanto isso, outros países, incluindo o Reino Unido, pediram cautela à Noruega. Além disso, em novembro do ano passado, mais de 100 políticos europeus escreveram uma carta aberta ao parlamento norueguês instando-o a votar contra a exploração.
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