Ex-diretora da CBF pede afastamento de Ednaldo
Luísa Rosa, ex-diretora de Patrimônio da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), apresentou uma denúncia à Comissão de Ética da entidade pedindo o afastamento do presidente, Ednaldo Rodrigues, e do diretor de Governança e Conformidade, Hélio Menezes Jr...
Luísa Rosa, ex-diretora de Patrimônio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apresentou uma denúncia à Comissão de Ética da entidade pedindo o afastamento do presidente, Ednaldo Rodrigues, e do diretor de Governança e Conformidade, Hélio Menezes Jr.
Luiza, que foi demitida por Ednaldo no ano passado, está movendo um processo na Justiça contra a CBF por assédio moral e sexual, com um pedido de indenização de R$ 1,8 milhão. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora na história da confederação.
Na denúncia enviada à Comissão, a ex-diretora descreve o assédio inaceitável, criminoso e condenável que as mulheres enfrentam em ambientes de trabalho predominantemente masculinos.
A ex-diretora afirma que uma eventual investigação interna sobre as acusações ficará comprometida se o presidente e o diretor permanecerem em seus cargos. Além disso, ela relata que suas funções foram esvaziadas por Ednaldo logo após assumir o cargo em abril de 2022.
Luiza revela que o presidente instalou uma central de espionagem na sede da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com câmeras escondidas no teto do refeitório. Ela acrescenta que trabalhava em um ambiente tóxico para as mulheres, sendo obrigada a conviver com comentários sobre prostitutas, cantadas e convites para encontros fora do horário de expediente.
Ednaldo foi afastado da presidência da CBF por menos de um mês por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, mas retornou ao cargo na semana passada graças a uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
A decisão atende a um pedido da própria Confederação, contra uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que o afastou do cargo no início de dezembro de 2023.
Nas 18 páginas da decisão, Gilmar se baseia principalmente no caso do Pré-Olímpico para validar a eleição de Ednaldo e da diretoria da Confederação. “O caso concreto invocado pelo requerente se presta a demonstrar de forma precisa os danos causados pela situação de insegurança jurídica descrita na petição de ingresso, a justificar a concessão de provimento”, escreve Gilmar. “Há risco de prejuízo iminente, uma vez que a inscrição de jogadores da Seleção Brasileira no torneio qualificatório para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, que deve ser ultimada até amanhã, restaria inviabilizada.”
Conflito de interesses
Tanto Gilmar Mendes quanto Paulo Gonet teriam potencial conflito de interesses com o caso.
Em agosto, o então presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, assinou um contrato de parceria entre a CBF e o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
O IDP foi fundado por Gilmar Mendes. Seu filho Francisco Mendes (foto à esquerda) é um dos sócios — que comprou as ações de… Paulo Gonet.
O fato de Gilmar aceitar a Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo presidente da CBF, que assinou uma parceria com o instituto do qual o ministro é fundador tem seu filho como sócio, é no mínimo pouco ortodoxa, explica Felipe Moura Brasil.
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