Mercados em compasso de espera às vésperas dos números mais importantes sobre a dinâmica do emprego americano. O Payroll deve apresentar um desaceleração na abertura de vagas em dezembro para 171 mil novos postos de trabalho, contra 199 mil em novembro, de acordo com as expectativas de mercado.

Caso o número se confirme é possível que os investidores voltem a aumentar as apostas em cortes da taxa básica de juros americana em março deste ano. Na quarta-feira, 3, a ata do Fomc (Federal Open Market Committee) foi entendida pelo mercado como um pouco mais conservadora que o esperado e fez com que o mercado reduzisse as probabilidades de uma redução nos juros no primeiro trimestre. Apesar disso, as chances precificadas na curva futura ainda estão altas, na casa de 70% para um corte de 0,25 ponto percentual.

Enquanto isso, na agenda econômica desta quinta-feira, 5, a pesquisa ADP deve indicar a abertura de 125 mil vagas de trabalho no setor privado em dezembro, contra 103 mil em novembro. Dados do auxílio-desemprego também podem afetar os humores. A expectativa de mercado para o levantamento é de uma redução no número de novos pedidos do benefício.

Ainda no exterior, dados do PMI (Índice de gerente de compras) Caixin, medidos pela S&P Global, reforçam a leitura de expansão econômica na China, com dados do indicador composto e de serviço apresentando avanços na comparação mensal em 52,6 e 52,9, respectivamente.

Por aqui, a atenção permanece voltada para as disputas entre Legislativo e Executivo, após a apresentação da MP da Reoneração, que pretende acabar com a desoneração da folha de pagamentos, e os vetos presidenciais à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Ambas as medidas desagradaram os parlamentares e têm estressado o relacionamento entre representantes dos dois poderes. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, agendou uma conversa com líderes partidários na semana que vem para tratar da MP, e o relator da LDO, deputado Danilo Forte, tem dito que vai procurar o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para debater a retirada dos vetos, principalmente, aqueles que afetam a distribuição de emendas parlamentares.