Barroso autoriza governador do Acre a passar Natal com irmãos
O ministro Luís Roberto Barroso (foto), presidente do Supremo Tribunal Federal, autorizou o governador do Acre, Gladson Cameli, a participar...
O ministro Luís Roberto Barroso (foto), presidente do Supremo Tribunal Federal, autorizou o governador do Acre, Gladson Cameli, a participar das festas de Natal e Ano Novo com os dois irmãos.
A decisão de Barroso segue parecer favorável do Ministério Público Federal e flexibiliza medidas judiciais impostas em março contra o governador. Na ocasião, Gladson Cameli foi proibido de manter contato com os irmãos Eládio Cameli Júnior e Gledson Cameli.
Os irmãos e mais dez pessoas foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de peculato, corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo o Ministério Público, as práticas ilícitas começaram em 2019 e teriam causado prejuízos de quase R$ 12 milhões aos cofres públicos. Somadas, as penas pelos crimes podem ultrapassar 40 anos de reclusão.
De acordo com a PGR, a denúncia está restrita a um dos fatos apurados na Operação Ptolomeu: irregularidades envolvendo a contratação fraudulenta da empresa Murano Construções LTDA, que teria recebido R$ 18 milhões dos cofres públicos para a realização de obras de engenharia viária e de edificação. Também foram denunciados a mulher de Cameli, dois irmãos do chefe do Poder Executivo, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como “laranjas” no esquema.
Segundo as investigações, a empresa Murano Construções e empresas subcontratadas – uma das quais tem como sócio Gledson Cameli, irmão do governador – teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$ 6,1 milhões, por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em bairro nobre de São Paulo e de um carro de luxo.
Em março, o governador foi alvo de uma operação da Polícia Federal para apurar suspeitas de desvio de dinheiro público. Segundo as investigações, ele passou a receber centenas de pequenos depósitos em espécie em suas contas desde que assumiu o cargo, em 2019. As cifras enviadas, de acordo com a PF, saltaram de R$ 149 mil um ano antes de assumir para R$ 880 mil em 2021, o que representa um aumento de 490% no período.
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