Questionado sobre a construção de uma base governista para o presidente Lula (PT) na Câmara dos Deputados, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE, foto), afirmou nesta quinta-feira, 21, que a relação com os partidos do Centrão melhorou ao longo deste ano. Segundo ele, o que importa “são os votos no painel” dados por partidos como PP, Republicanos e União Brasil.

“Mudou muito a minha conversa com esses partidos. É uma construção. Nestes partidos têm sempre um pedaço que vota contra, mas temos uma boa governabilidade aqui na Câmara. Quando não dá eles dizem. O que importa é eles me darem os votos no painel”, comentou o líder petista.

Para ampliar a governabilidade, Lula fez ao longo deste ano uma série de trocas em seus ministérios para atender aos partidos do Centrão. No Turismo, trocou Daniela Carneiro por Celso Sabino para ampliar o apoio no União Brasil.

Além disso, abriu espaço para o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio da indicação de André Fufuca para o Ministério do Esporte. Já o Republicanos foi contemplado com a pasta de Portos e Aeroportos para Silvio Costa Filho.

“Me ajudou muito os líderes do PP, União Brasil e Republicanos. Não é um congresso majoritário de esquerda. Nas questões de costume é água e óleo. Apesar das dificuldades, o governo conseguiu aprovar tudo que pretendia na área econômica”, completou José Guimarães.

Na quarta-feira, 20, Lula disse que as matérias do governo avançaram por meio da “arte da negociação”. “Negociação muitas vezes mal interpretada, acusada de menor nível, dizendo que o governo estava conversando com fulano, com beltrano, com o Centrão. E eu sempre fazia questão de dizer que a gente não conversa com o Centrão, a gente conversa com partidos, com todos os partidos que têm deputados e senadores”, disse o presidente Lula.

Um governo petista até demais

Após um ano de governo Lula, a cúpula do Congresso Nacional ainda não engoliu o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os deputados e senadores reclamam da falta de traquejo nas negociações políticas e do não cumprimento de acordos.

A solução sugerida pelo Centrão? Tirar o PT da articulação política do Palácio do Planalto.