Amorim defende Putin no Brasil e questiona condenação do TPI
Assessor especial de Lula para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim defendeu em entrevista publicada nesta segunda-feira, 18, a vinda do autocrata russo Vladimir Putin ao Brasil, para...
Assessor especial de Lula para assuntos internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim defendeu em entrevista publicada nesta segunda-feira, 18, a vinda do autocrata russo Vladimir Putin ao Brasil, para cúpula do G20, agendada para novembro de 2024.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) expediu em março um mandado de prisão de Putin por crimes de guerra, sob a acusação de ser responsável pela “deportação ilegal” e “transferência ilegal” de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia. Para Amorim, isso não deve ser problema.
“Nós queremos que Putin venha. Uma conferência do G20 sem a Rússia é uma conferência incompleta. Se formos falar de temas como reforma da governança global, como vai ignorar a Rússia? A Rússia é um ator necessário. Sua ausência vai contra o interesse do G20”, disse Amorim a Jamil Chade, colunista do Uol.
Na sequência, o assessor de Lula questiona a condenação do TPI:
“O TPI foi criado na época em que eu era embaixador na ONU e foi visto como um progresso. Mas o fato é que as grandes potências ficaram de fora. Só vale para os outros? Ou para um país declarado como inimigo pelo Ocidente. Onde estão os outros que cometeram os crimes de guerra?”.
Em 2019, Amorim foi chamado pelo jornalista Pepe Escobar de “Sergey Lavrov brasileiro”, em referência ao chanceler russo, como destaca a reportagem Putin quer você, capa de Crusoé nesta semana.
TPI? Que TPI?
Em setembro, Lula chegou a garantir que Putin não será preso caso venha ao Brasil e se fez de desentendido ao ser questionado sobre o TPI. “Eu nem sabia da existência desse tribunal”, comentou em entrevista concedida durante a viagem para a Índia, por ocasião da cúpula do G20.
A memória do presidente não estava muito boa. Pelo menos enquanto defendia punição para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o petista sabia da existência de um tribunal internacional.
“Um dia esse homem vai ter que ser julgado num tribunal internacional pela chacina que aconteceu no nosso país”, disse Lula durante passagem pela Espanha, em abril. Naquela época, o petista não questionava o motivo que levou o Brasil a se tornar signatário da corte, criada em 2002, nem parecia se incomodar que apenas os “bagrinhos” levem a Corte de Haia em questão — o que não é verdade, diga-se.
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