Operação derruba esquema de pirâmide financeira no RJ
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério Público, realizou uma operação para cumprir quatro dos seis mandados de prisão expedidos contra um grupo suspeito de praticar o golpe da pirâmide financeira em Niterói e na capital fluminense, nesta quinta-feira, 23. Duas pessoas ainda estão foragidas...
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério Público, realizou uma operação para cumprir quatro dos seis mandados de prisão expedidos contra um grupo suspeito de praticar o golpe da pirâmide financeira em Niterói e na capital fluminense, nesta quinta-feira, 23. Duas pessoas ainda estão foragidas.
Entre os mandados cumpridos, um deles foi contra André Felipe de Oliveira Silva, que já estava detido por porte ilegal de arma de fogo. Ele é apontado como CEO da Atomx Capital Ltda e líder da quadrilha.
De acordo com as investigações, a empresa prometia ganhos mensais de até 16% a partir de supostos investimentos em renda variável, sendo que o valor mínimo aplicado deveria ser de R$ 2.500.
Descobriu-se que a empresa utilizava um modelo insustentável, recrutando novas pessoas que depositavam dinheiro como investimento inicial. Esses valores eram utilizados para pagar os lucros prometidos aos clientes antigos.
Segundo relatos dos clientes, os depósitos eram feitos em um período determinado e não era permitida a retirada do dinheiro. No entanto, em 2022, a Atomx parou de efetuar os pagamentos aos investidores, levando muitos a procurarem a polícia.
Para atrair clientes, a Atomx investia fortemente em marketing, chegando a patrocinar eventos e atletas esportivos.
As investigações revelaram que, apesar dos contratos oferecidos pela Atomx serem classificados como Contrato de Investimento Coletivo, os envolvidos não possuíam autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as empresas não estavam autorizadas a investir o dinheiro de terceiros.
André Felipe é apontado pelos investigadores como um homem com grande poder de persuasão sobre as vítimas, participando das negociações e assinaturas dos contratos para enganar os potenciais investidores.
Além dele, foram presos André Vitor de Oliveira Silva e Suellen Marques Mendonça, respectivamente irmão e esposa de André Felipe. A polícia descobriu que Suellen era o braço direito do marido na organização criminosa, atuando na parte administrativa da empresa e na supervisão dos colaboradores.
Os investigadores também constataram que André Felipe comprou mais de R$ 1 milhão em jóias para a esposa, como forma de lavar dinheiro.
Já André Vitor ocupava a direção da Atomx e era responsável pelas questões financeiras da quadrilha. Ele também é sócio de várias empresas relacionadas ao esquema criminoso.
Durante as investigações, foram identificadas movimentações financeiras suspeitas no valor de mais de R$ 77 milhões, quantia considerada incompatível com o patrimônio dos membros do grupo.
Ao todo, o Ministério Público denunciou 15 pessoas pelos crimes de organização criminosa armada, estelionato, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro. Dos seis mandados de prisão expedidos, quatro foram cumpridos. As outras nove pessoas envolvidas não tiveram a prisão decretada, mas estão sujeitas a medidas cautelares, como informar telefone e outras formas de contato à Justiça, proibição de deixar a cidade por mais de 15 dias sem autorização judicial, entregar o passaporte às autoridades e proibição de contato com outros réus, além da proibição de exercer atividades de consultoria financeira.
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