O UFC das narrativas chapéu de alumínio sobre Gaza
Hoje é um dia em que deveríamos comemorar a entrada dos nossos compatriotas brasileiros na lista de saída de Gaza. Infelizmente, nas redes, vivemos um verdadeiro UFC das narrativas chapéu de alumínio sobre o ocorrido...
Hoje é um dia em que deveríamos comemorar a entrada dos nossos compatriotas brasileiros na lista de saída de Gaza. Infelizmente, nas redes, vivemos um verdadeiro UFC das narrativas chapéu de alumínio sobre o ocorrido. Luloafetivos e bolsomínions capturaram a guerra em Israel para a sua guerra particular.
O mercado luloafetivo de fake news está empenhado em dizer que é uma farsa da Polícia Federal a prisão de envolvidos em preparar um atentado para o Hezbollah. Nessa lógica, a PF de Lula e também Flávio Dino seriam mentirosos golpistas.
Mas há uma explicação. Como o Mossad está envolvido e é israelense, seria algo necessariamente maléfico. Não importa que a fonte dos fatos seja a PF e que a desconfiança venha de perfis apócrifos em redes sociais. É impossível convencer os convertidos apenas com fatos.
No mercado bolsomínion, a fake news da vez é dizer que Jair Bolsonaro liberou os brasileiros em Gaza. O ponto inicial da narrativa é o imbróglio em que o ex-presidente meteu o embaixador israelense no Brasil.
O diplomata esteve na Câmara para exibir as imagens do ataque terrorista de 7 de setembro, apenas com parlamentares convidados. Bolsonaro foi lá sem convite, mas há imagens dele com o embaixador. Pronto, ele virou o salvador da pátria. Teve até hashtag #BolsonaroNobeldaPaz.
Dá a impressão de que o mundo enlouqueceu. Isso ocorre porque o volume de narrativas chapéu de alumínio é avassalador. Pessoas radicalizadas consomem muito conteúdo e também compartilham muito. A maioria, que deseja apenas se informar e formar opinião própria, acaba preferindo não se meter na loucura.
Produzir conteúdo para esse público é muito fácil porque basta saber o que as pessoas querem ouvir e inventar alguma coisa. Além disso, eles são frenéticos no consumo e compartilhamento. É um ótimo negócio, mas não atende a maioria das pessoas.
Talvez eu seja uma otimista incorrigível. Mas, se você chegou até aqui, faz parte da ampla maioria que procura informação. Vamos lá.
Serão repatriados 34 cidadãos, sendo 24 de nacionalidade brasileira e 10 de nacionalidade palestina. Esses últimos são 7 que já estavam em processo adiantado de imigração para o Brasil e mais 3 familiares próximos de brasileiros. É uma prática que foi repetida por outros países. O Japão, por exemplo, também retirou cidadãos palestinos na mesma condição.
Infelizmente, a fronteira está fechada há 3 dias. O trânsito é complexo. Ambulâncias são priorizadas e há muita fila. Há uma guerra em andamento, e todos os trâmites burocráticos e ações logísticas ficam complicados. Cidadãos de vários países estão no mesmo posto de fronteira e na mesma fila.
A maioria das pessoas está conectada com a realidade, levando sua vida e tentando se manter informada. Muita gente trabalhou duro e de forma séria para repatriar os brasileiros. O corpo diplomático brasileiro tem uma tradição de excelência e conseguiu uma grande vitória agora. Quem trabalha está quieto, não se mete no barulho das narrativas.
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