Josias Teófilo na Crusoé: Produção artística viciada
Em sua coluna desta semana para a Crusoé, Josias Teófilo comenta sobre o trailer do longa-metragem Grande Sertão, apresentado como uma releitura do clássico de Guimarães Rosa...
Em sua coluna desta semana para a Crusoé, Josias Teófilo comenta sobre o trailer do longa-metragem Grande Sertão, apresentado como uma releitura do clássico de Guimarães Rosa.
A Paris Filmes lançou o trailer do longa-metragem Grande Sertão, apresentado como uma releitura do clássico de Guimarães Rosa. O trailer do filme, dirigido pelo experiente Guel Arraes – que fez O Auto da Compadecida e Lisbela e o Prisioneiro –, provocou certa celeuma nas redes sociais. Alguns criticaram os clichês do cinema brasileiro, outros a adaptação cinematográfica do livro, que parece no mínimo distante do original, outros a própria linguagem do trailer: “Estamos em 2023 e estão fazendo trailers com narrador e com cortes sem sentido algum, estilo anos 1980?”. Houve quem dissesse, ainda: “Pior de tudo é a estética de produção esquecida da Netflix”. Alexandre Soares Silva ironizou no X (ex-Twitter): “Depois que vi o trailer de Grande Sertão Veredas deixei de sentir o cheiro das coisas e metade do meu corpo não se mexe”.
Por que o trailer causou tal reação negativa?
Não é novidade que o cinema brasileiro tem sido refém de uma série de lugares-comuns. No cinema documentário, temas como ditadura, Tropicália, impeachment de Dilma, foram explorados à exaustão. No cinema de ficção, a violência urbana, a favela, o sertão, o recorte de luta de classes. Houve uma saturação.
O trailer do Grande Sertão de Guel Arraes contém todos esses clichês temáticos do cinema de ficção, e vários outros da linguagem cinematográfica: as atuações “viscerais”, a câmera tremida, os close-ups exagerados, a favela estilizada puxando para uma cor.
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